Capítulo 12

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João Pedro | Passagem de tempo... (antes)

O que tá acontecendo Denilson? — Ouço minha mãe falar enquanto via meu pai revirando as gavetas dos armários, parecendo procurar alguma coisa, seu rosto estava com um semblante de preocupação.

— Preciso que tu saia daqui, pega as crianças e sai! — Ele diz gritando.

Minha mãe logo entra no quarto pegando algumas roupas, ela tira Juliana do berço e coloca no meu braço.

— Mãe, aonde vamos? — Ela parecia nervosa.

— Tá tudo bem filho, segura sua irmã pra mim. — Juliana não parava de chorar.

Percebi seu rosto vermelho, ela se sentou na cama enquanto colocava mais roupas na bolsa, respirou fundo e alisou sua barriga olhando pra mesma, logo se levanta enxugando suas lágrimas e pegando na minha mão saindo do quarto.

— Eu vou resolver isso, vai pra casa da tua mãe, busco vocês de manhã — Meu pai diz olhando pra minha mãe.

— Denilson... — Ele beija sua cabeça e logo depois sua barriga.

— Pai, eu não quero ir, quero ficar com você. — Digo vendo ele se abaixar.

— Filho, preciso que tu cuide da sua mãe e dos seus irmãos hoje, pode fazer isso pra mim? — Concordo com a cabeça.

— Meu garoto. — ele beija minha cabeça e a da Juliana, quando se levanta pude ver algo na sua cintura, era uma arma.

— Amo vocês, agora vai, vai logo. — Ele encosta seu rosto no da minha mãe que chorava incontrolavelmente com os olhos fechados, então vejo meu pai deixar um selinho rápido no seu rosto.

Foi a última vez que o vi...

JOÃO PEDRO |📍 Complexo da pedreira...

— Ai chefe — Vejo Andrézinho se aproximando.

— Fala tu — Nem olho pra ele, passo a língua na seda do baseado fechando.

— Fp tá querendo falar contigo.

— Demorô — Vejo ele saindo enquanto acendo o baseado, a sensação boa logo invade meu corpo, puxo o celular vendo que era quase nove da manhã, abro o Whatsapp vendo o perfil da Luna, tenho vontade de mandar mensagem quando vejo que está online, mas não mando, bloqueio o celular e termino de fumar indo em direção a sala do FP.

— Manda a boa — Chego me sentando numa cadeira que tinha ali.

— Conseguimos um nome — Me levanto na hora sabendo do que estava se referindo.

— Fala.

— Não temos certeza, mas ach... — Não deixo ele terminar de falar quando sinto a raiva invadindo meu corpo.

— Fala a porra do nome FP. — Grito.

— Marco Duarte, vulgo marcola.

— Então esse é o filho da puta que tirou meu pai da minha família.

— Acreditamos que sim, um rato acabou soltando o nome antes de morrer.

— Tu acha que é verdade? — Fecho o punho com a raiva que tava sentindo.

— O cara tava fudido quando encontramos ele, disse que sua família foi morta na frente dele, depois foi espancado, não tinha motivos pra mentir porque o cara não tinha mais nada.

— Vou encontrar ele.

— Jp, tu tem certeza que quer levar isso adiante?

— Ele matou meu pai, e eu vou matar ele. — Saio de lá com a cabeça a milhão depois de saber o nome do desgraçado, ia caçar ele até no inferno mas ia achar, jurei vingança pelo meu pai.


DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora