Capítulo 24

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JOÃO PEDRO 📍

SÁBADO | 08H07 AM.

— Bom dia chefe. — Ouço de um vigia que fazia a segurança da minha casa.

— Fala tu — Apenas aceno com a cabeça, passo os olhos vendo que ia ter que aumentar a segurança já que eu pretendia sair daqui em breve, queria meu espaço, minha privacidade, já devia ter saído a muito tempo mas não podia deixar minha família exposta.

Agora que eu tenho poder e dinheiro pra manter eles seguros, eu podia sair e ter meu espaço, sem ninguém pra encher o saco logo cedo.

— JP na escuta. — Ouço FP me chamar no radinho.

— Desenrola.

— Quero tu aqui em dez minutos. — Nem respondo mais pegando a moto e indo em direção a boca, o dia mal começou puta que pariu em.


[...]


— Temos uma negociação hoje á sete da noite, quero que tu vá de frente pra pegar as armas, esse contato é novo então confere tudo, vou ficar aqui pra receber o restante da carga. — FP diz enquanto separava os malotes de dinheiro colocando dentro de uma bolsa.

— Demorô, manda a localiza. — Vejo ele escrever num papel o local combinado, já tinha feito negociações antes, então isso é moleza.

— Leva Andrézinho, Gian e jacarézinho contigo no carro, manda mais dois de moto pra ficar na contenção fazendo a segurança caso ocorra imprevistos, se é que me entende. — E eu entendia.

Quando a gente entra no tráfico, nossa vida social fica restrita, por segurança ninguém descia o morro, apenas quando era por negócios e mesmo assim, eram escolhidos a dedo.

Passei o dia na boca, junto a ele fazia a contabilidade de metade das drogas que tinham chegado, e ainda tinha mais pra chegar.

— Se liga. — Ele passa um canivete cortando o pacote trazendo um pouco de cocaína, vem na minha direção que inalo na hora, sinto a ardência no nariz.

— E aí, tá pura? — Ele pergunta logo depois de cheirar também.

— Pura.


𝑴𝒂𝒊𝒔 𝒕𝒂𝒓𝒅𝒆...


Acionei todos explicando todo o procedimento, entrei no carro preto que era todo blindado, pelo retrovisor via os homens colocando a sacola de dinheiro na mala, do meu lado Andrezinho arrumava o cartucho da sua arma, Gian e Jacarézinho logo entram também sentando no banco de trás, os outros dois pegam a moto subindo também, o garupa carregava um fuzil nas costas, pra sair do morro tem que ser armado até os dentes, nunca se sabe quem vai te esperar lá fora.

Faço a volta no carro saindo de lá, deixo o morro caindo pra pista em sentido ao local combinado.

— Caralho, tu tem certeza? — Digo enquanto Andrézinho me guiava até o local, ele segurava o papel com endereço nas mãos.

— Confia parceiro, vira a direita agora.

— Se tu fizer a gente dar voltas meto um tiro nessa tua cara.

— Tão meigo tu. — Abre um sorriso.

Não demora pra que a gente chegue no local, era um galpão abandonado, não saímos do carro até ver o outro carro se aproximando, os faróis logo são apagados, e agora sim descemos.

Um homem que chuto ter entre quarenta e quarenta e cinco anos desce do carro, vejo o mesmo se aproximando.

— Quando falei contigo no telefone não pensei que fosse tão novo. — Ele se referia ao FP, mas não falo nada. — Cadê a grana? — Ele diz com aquele sotaque colombiano, vejo alguns homens descendo do carro também,  vestidos com roupas escuras e semblantes duros, a luz fraca destacava suas silhuetas.

DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora