JOÃO PEDRO 📍SÁBADO | 08H07 AM.
— Bom dia chefe. — Ouço de um vigia que fazia a segurança da minha casa.
— Fala tu — Apenas aceno com a cabeça, passo os olhos vendo que ia ter que aumentar a segurança já que eu pretendia sair daqui em breve, queria meu espaço, minha privacidade, já devia ter saído a muito tempo mas não podia deixar minha família exposta.
Agora que eu tenho poder e dinheiro pra manter eles seguros, eu podia sair e ter meu espaço, sem ninguém pra encher o saco logo cedo.
— JP na escuta. — Ouço FP me chamar no radinho.
— Desenrola.
— Quero tu aqui em dez minutos. — Nem respondo mais pegando a moto e indo em direção a boca, o dia mal começou puta que pariu em.
[...]
— Temos uma negociação hoje á sete da noite, quero que tu vá de frente pra pegar as armas, esse contato é novo então confere tudo, vou ficar aqui pra receber o restante da carga. — FP diz enquanto separava os malotes de dinheiro colocando dentro de uma bolsa.
— Demorô, manda a localiza. — Vejo ele escrever num papel o local combinado, já tinha feito negociações antes, então isso é moleza.
— Leva Andrézinho, Gian e jacarézinho contigo no carro, manda mais dois de moto pra ficar na contenção fazendo a segurança caso ocorra imprevistos, se é que me entende. — E eu entendia.
Quando a gente entra no tráfico, nossa vida social fica restrita, por segurança ninguém descia o morro, apenas quando era por negócios e mesmo assim, eram escolhidos a dedo.
Passei o dia na boca, junto a ele fazia a contabilidade de metade das drogas que tinham chegado, e ainda tinha mais pra chegar.
— Se liga. — Ele passa um canivete cortando o pacote trazendo um pouco de cocaína, vem na minha direção que inalo na hora, sinto a ardência no nariz.
— E aí, tá pura? — Ele pergunta logo depois de cheirar também.
— Pura.
𝑴𝒂𝒊𝒔 𝒕𝒂𝒓𝒅𝒆...
Acionei todos explicando todo o procedimento, entrei no carro preto que era todo blindado, pelo retrovisor via os homens colocando a sacola de dinheiro na mala, do meu lado Andrezinho arrumava o cartucho da sua arma, Gian e Jacarézinho logo entram também sentando no banco de trás, os outros dois pegam a moto subindo também, o garupa carregava um fuzil nas costas, pra sair do morro tem que ser armado até os dentes, nunca se sabe quem vai te esperar lá fora.
Faço a volta no carro saindo de lá, deixo o morro caindo pra pista em sentido ao local combinado.
— Caralho, tu tem certeza? — Digo enquanto Andrézinho me guiava até o local, ele segurava o papel com endereço nas mãos.
— Confia parceiro, vira a direita agora.
— Se tu fizer a gente dar voltas meto um tiro nessa tua cara.
— Tão meigo tu. — Abre um sorriso.
Não demora pra que a gente chegue no local, era um galpão abandonado, não saímos do carro até ver o outro carro se aproximando, os faróis logo são apagados, e agora sim descemos.
Um homem que chuto ter entre quarenta e quarenta e cinco anos desce do carro, vejo o mesmo se aproximando.
— Quando falei contigo no telefone não pensei que fosse tão novo. — Ele se referia ao FP, mas não falo nada. — Cadê a grana? — Ele diz com aquele sotaque colombiano, vejo alguns homens descendo do carro também, vestidos com roupas escuras e semblantes duros, a luz fraca destacava suas silhuetas.
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DOSE DUPLA
FanfictionLuna é uma jovem que cresceu no Complexo da Pedreira, no Rio de Janeiro. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela se vê dividida entre dois homens que representam mundos opostos: um sendo da lei e o outro não. À medida que Luna mergulha em um t...