📍 𝑳𝒖𝒏𝒂 𝑫𝒖𝒂𝒓𝒕𝒆
— Você tem certeza? — Isa fala. Ela e Amanda me encaravam depois de eu contar tudo que aconteceu nos últimos dias, desde a volta do meu genitor.
— Eu não sei cara, tipo eu quero muito falar com ele, uma curiosidade sabe, mas ao mesmo tempo não. — Falo enquanto me olhava no espelho.
— Mas agora é um pouco tarde né? Já que tu disse que iria. — Amanda fala.
Depois de mais uma ligação dele essa semana, e também dele ter insistido pra caralho eu falei com ele no telefone que já foi logo me convidando pra um almoço, eu não queria ir de inicio mas acabei concordando só pra encerrar logo a conversa, ouvi sua voz pela primeira vez e não vou mentir que senti um turbilhão de emoções me atingir como um caminhão, agora eu me encontrava aqui me arrumando pra ir no tal almoço, eu nem acredito que isso realmente tá acontecendo.
Eu não estava triste, mas também não era a pessoa mais feliz do mundo, literalmente toda a minha vida virou de cabeça pra baixo de um tempo pra cá, um receio me consumia por dentro, o nervosismo também estava presente. São tantas perguntas, pensei em tantas coisas mas sei que na hora não vou conseguir falar porra nenhuma.
Deus me ajude.
— Ai, eu acho que vou desistir. — Suspirei sentando na beira da cama.
— Amiga, tu não é obrigada a ir pô, ele não tem direito nenhum de exigir isso, mas pensa também em como pode ser uma oportunidade de tu saber um pouco mais do que rolou no passado. — Isa fala parando na minha frente. — Não tô dizendo que a Dona Marlene mentiu em tudo que te contou, mas tu não pode esquecer que são dois pesos e duas medidas, acho que tu precisa ouvir a outra versão também.
— Ela tá certa, toda história tem dois lados, mas se tu não quiser ir a gente vai te apoiar do mesmo jeito. — Amanda fala.
— Ai quer saber? Foda-se, eu vou! — Falo firme me levantando. — Vocês tem razão.
— Luna, tá pronta? — Minha vó passa pela porta do quarto, com seu vestido longo florido e os cabelos soltos.
— Tô... Vó, a senhora quer ir mesmo? Não precisa ir se não se sentir á vontade. — Falo lembrando que ela não suportava ele.
— Tá tudo bem filha, estou fazendo isso por você, não vou te deixar sozinha. — Sorriu gentilmente, sinto um alívio porque eu não queria mesmo lidar com isso sozinha. — Tô esperando lá em baixo, tchau meninas. — Se despede das garotas e sai.
Dou mais uma olhada no espelho só pra conferir se não faltava nada, optei por uma calça cargo e um corset branco, coloquei a jaqueta que combinou muito mas logo desisti pelo calor que fazia, ninguém aguenta não.
Depois de colocar o tênis branco, deslizei o hidratante na pele e joguei o perfume por todo meu corpo, agora sim.
— Qualquer coisa, liga pra a gente. — Isa fala enquanto descíamos as escadas.
— É, a gente vai te buscar com um desses carros de fuga dos nossos machos. — Amanda fala.
— De quebra ainda levamos toda a facção pra acabar com a raça desse filho da puta. — Nos três damos risadas.
— Amo vocês. — Damos um abraço em trio e logo saímos de casa, tranco tudo vendo minha vó parada mexendo no celular, vejo sua cara com os olhos quase fechando tentando enxergar, até dou risada, logo leva o celular no ouvido e já até imagino com quem falava, devia está avisando que já estávamos saindo, me aproximo depois das meninas ir pra outra direção indo embora.

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DOSE DUPLA
FanfictionLuna é uma jovem que cresceu no Complexo da Pedreira, no Rio de Janeiro. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela se vê dividida entre dois homens que representam mundos opostos: um sendo da lei e o outro não. À medida que Luna mergulha em um t...