𝙅𝙊𝘼̃𝙊 𝙋𝙀𝘿𝙍𝙊 | 𝙨𝙖́𝙗𝙖𝙙𝙤 𝟭𝟮𝙝𝟯𝟲 𝙥𝙢.Hoje eu perdi a hora legal, minha mãe não se incomodou em me acordar, porque ela sabia muito bem qual era meu compromisso, e ela nunca gostou que eu entrasse nessa vida louca, mas a necessidade obriga, mas também tá no sangue, meu pai Denilson era gerente geral, antes de ser morto por outra facção anos atrás, não vou mentir que uma parte de mim quis entrar pra esse mundo pra derrubar quem tirou meu pai da minha família.
Sou o mais velho dos meus irmãos, desde que meu pai morreu, fui eu quem assumi todas as responsabilidades de casa pra não deixar a Juliana e o Victor passarem necessidade, junto da minha mãe Edvânia.
Quando bato o olho no relógio vejo que é quase uma hora da tarde.
— Caralho, FP deve tá puto. — Digo ainda sonolento.
Já me levanto da cama e corro pra tomar aquela ducha, aproveito pra escovar os dentes e já vou colocando uma roupa, jogo minha corrente de ouro no pescoço e borrifo perfume por todo corpo. Hoje era dia de baile e precisava tá tudo organizado pra mais tarde, desço as escadas encontrando minha mãe na mesa almoçando com meus irmãos.
— Olha só, apareceu a margarida — Juliana diz rindo.
Juliana era minha irmã do meio, tinha seus dezoito anos, era chata e mimada pra caralho, tinha seus cabelos longo e liso.
— Não enche garota, tô de saída.
— Senta pra comer João Pedro! — Minha mãe fala autoritária.
— Pô não vai dá não, eu como algo na rua.
— Deixa eu ir contigo? — Victor diz.
Victor tinha seus 16 anos, ele já sabia que eu era envolvido e na cabeça dele era divertido, vivia pedindo pra colar na boca e nos baile comigo, mas eu nem sou loucão assim de fazer uma parada dessa, só quero o melhor pra minha família, eu entrei nisso e sei que não é fácil, temos que fazer escolhas difíceis e abrir mão de muitas coisas pelo tráfico.
— Nem nos teus sonhos moleque — dou um tapa de leve no pescoço do garoto que resmunga. — tô indo. Fui.
𝟭𝟯𝙝𝟮𝟱 𝙥𝙢.
Colo na boca já esperando o sermão que o FP vai mandar, mas eu olho pro cara e ele tá simplesmente capotado na mesa de contabilidade.
— E ai filho, tá vivo? — Falo balançando seu corpo que quase não reage.
— Caralho JP, fala baixo porra. — Diz se espriguiçando.
Felipe vulgo FP era um dos mais antigos aqui, ele comandava atualmente e quando ele não estava eu que assumia, era seu braço direito.
— O que tá pegando? parece que um caminhão te atropelou — Falo dando risada.
— Olha quem fala, tá atrasado. — Observo ele abrir uma garrafinha de água tomando.
— Tá tudo certo pra hoje, as drogas já chegaram?
Escuto ele me dizer que tava tudo nos conformes pro baile de hoje, se ocorresse tudo bem e os cana não decidissem invadir como na última vez nós iriamos faturar muito, eu também cuido dessa parte, receber e contabilizar toda droga que entra e sai, passamos mais de uma hora conversando;
— Então é isso, tá liberado. — Concordo com a cabeça e aperto sua mão.
Saio em direção ao centro pra comprar umas coisas pro jantar depois de receber uma ligação da minha mãe pedindo, gostava de agradar a coroa, assim muitas vezes ela ficava distraída e não me enchendo falando sobre a vida que eu levo.
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DOSE DUPLA
FanficLuna é uma jovem que cresceu no Complexo da Pedreira, no Rio de Janeiro. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela se vê dividida entre dois homens que representam mundos opostos: um sendo da lei e o outro não. À medida que Luna mergulha em um t...