Capítulo 44

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 𝑱𝒐ã𝒐 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒐 |📍 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒙𝒐 𝒅𝒂 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂...



— Ruim pra caralho, tá maluco. — Falei vendo o Andrezinho errar mais uma na sinuca.

É só aquecimento filho. — Fala.

— Tá no aquecimento faz uma hora já. — Falo e os caras dão risada assim como eu.

Já era por volta das cinco e meia da tarde, o bar do seu Geraldo já estava ganhando movimento, logo ia meter o pé pra casa, só humilhar os caras mais um pouco, eu era bom demais na sinuca meu pai me ensinou os macete tudo quando era muleque.

Todo mundo frequentava o bar do seu Geraldo, era quase um ponto turístico aqui na Pedreira, quem sobe o morro cai direito pra cá, mesas espalhadas do lado de dentro e fora, som de ficha, mesa de sinuca e cerveja gelada.

— Quem é a Loirinha? — Ouço de um dos caras, desvio atenção vendo a mulher entrando no bar, observei a pele clara e o cabelo loiro cacheado e solto, o vestido curto agarrava todas as curvas do seu corpo.

— Nunca nem vi. — Andrezinho fala, não digo nada voltando minha atenção pra mesa de sinuca, não tinha visto nada que me enchesse os olhos.

— Nunca vi ela por aqui, será que é nova na área? — Um dos homens fala.

Não dou atenção mantendo meus olhos focado na bola, me inclinei mais sobre a mesa e deslizei  o taco encaçapando a bola preta perfeitamente.

— Porra, não erra nunca. — Andrezinho resmunga depois de eu acertar mais uma.

— Aulas filho. — Um dos homens fala.

— Essa humilhação toda me deixou foi com sede, vou buscar mais uma cerveja ali. — Andrezinho diz. — Vai querer?

— Tô tranquilo pô, vou meter o pé. — Falo colocando os tacos de volta encostado na parede.

— Papo reto mermo? A Luna te dominou direitinho né. — Fala dando risada, olho serinho pra cara dele.

— E tu só tá aqui ainda porque a Amanda não tá pelos acessos. — Falo e o sorriso dele some porque sabia que era verdade.

— Sabe nem brincar pô. — Fala e logo aperto sua mão, vou até o balcão pagar as três cervejas que tinha tomado. — Fala ae Geraldo, tira aquelas três lá. — Tiro uma nota de cinquenta da carteira entregando pra ele.

— Me dá uma Heineken por favor. — Ouço a voz feminina do meu lado. — De saída já? — Fala. Olhei pros lados vendo se não tinha ninguém só pra me certificar se era comigo, nem entendo.

— Já deu minha hora pô. — Falo simples pra garota. — Tu é nova aqui? — Investigo. Nunca tinha visto a garota pela área.

— Mais ou menos, vim a trabalho mas agora com certeza pretendo voltar. — A garota fala me olhando dos pés a cabeça. — Ainda não conheço nada por aqui, me indica algum lugar?

— Pô, baile. — O homem volta entregando a cerveja da garota e depois o meu troco.

— Você vai estar por lá? — Se aproxima e eu logo me afasto.

— Provavelmente, se a patroa for.  — Lanço logo essa pra ela se ligar.

— Você não tem cara de casado. — Dá risada.

— Valeu ai, aproveita. — Vou saindo quando sinto sua mão parar no meu braço.

— Espera. — Ela vem deslizando a mão até parar na minha corrente segurando o pingente. — Sou a Luara. — Estende a mão.

DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora