Capítulo 42

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📍 𝑳𝒖𝒏𝒂 𝑫𝒖𝒂𝒓𝒕𝒆


Acordei desesperada olhando a hora pelo celular vendo que já era oito e meia, levanto correndo pensando que estava atrasada mas logo parei e sorri comigo mesma lembrando que finalmente tinha concluído o curso, voltei pra cama encarando o certificado em cima da escrivaninha, lembro do momento exato em que meu nome foi chamado.

Fiquei muito feliz por ter conquistado isso, e por está tendo a oportunidade de estudar em uma das universidades mais renomadas dos EUA, mas ao mesmo tempo me sinto estranha com a sensação de ter que ir embora.

Ainda não tinha conversado sobre isso com o JP, na hora penso em tantas coisas boas que eu estava começando a viver, eu estou numa fase ótima da minha vida.

— Luna? Tá acordada? — Ouço batidas na porta junto a voz da minha vó.

— Entra vó! — Falo em tom alto e logo vejo a porta ser aberta, me ajeito sentando na cama.

— Luna... — Percebo seu olhar preocupado quando se senta também ficando de frente pra mim. — Não posso mais esconder nada de você, eu sempre tentei proteger você de certas realidades, mas isso tem feito mal a nós duas, e eu não quero perder a sua confiança de novo.

— O que aconteceu vó? — Até imagino o que seja.

— O seu pai... ele voltou a ligar. — Sinto meu coração acelerar na hora.

— Ele esteve ausente a vida toda, porque tá procurando saber de mim agora? — Falo.

— Eu não sei querida... eu entendo como você se sente. Eu mesma não sei qual é a intenção dele, mas eu pensei que você deveria saber, porque é a sua decisão o que fazer com essa informação, eu não quero que você sinta que estou escondendo algo de você, especialmente agora que você está começando uma nova fase da sua vida.

— Eu não consigo acreditar que ele tá aqui, sabe... todo esse tempo, eu sempre me perguntei por que ele não estava lá, por que não se importava, e agora, ele só aparece assim... — Suspiro olhando pros meus dedos mexendo.

— Eu sei que é difícil, não existe uma resposta fácil pra isso, mas quero que saiba que estou aqui em qualquer decisão que você tome. — Leva suas mãos sobre a minha.

— Eu acho que preciso de um tempo pra processar tudo isso...

— Não se preocupe, tome o tempo que precisar, eu tô aqui com você. 

— O que ele disse quando ligou? — Encarei seu rosto.

— Bom, ele queria falar com você. — Fico surpresa.

Parece que todo aquele sentimento que eu tinha, o desejo de um dia conhecer meus pais tinha sumido, principalmente depois de saber que nem coragem de aparecer no velório da minha mãe pra prestar solidariedade teve, único sentimento que conseguia sentir por ele agora era repúdio.

— Engraçado... eu sempre quis conhecer meus pais, sabe? Sempre imaginei como seria ter um pai por perto, alguém pra me buscar na escola, alguém que se importasse de verdade. Cresci vendo minhas amigas sendo recebidas por seus pais na porta da escola, e eu me perguntava por que não tinha essa experiência... por que tive que passar por isso sozinha? — Abaixo a cabeça sentindo a tristeza profunda.

— Eu sei que foi difícil pra você Luna, e eu sinto muito por não ter podido te dar o que você desejava, eu fiz o melhor que pude pra te proteger e dar o melhor que eu conseguia, mas sei que isso nunca foi suficiente pra preencher o vazio que você sentia... — Ouço sua voz embargada.

DOSE DUPLAOnde histórias criam vida. Descubra agora