📍 𝑱𝒐ã𝒐 𝑷𝒆𝒅𝒓𝒐 | 𝑺á𝒃𝒂𝒅𝒐 𝟎𝟖𝒉𝟎𝟕 𝑨𝑴.
— Coloco isso aonde? — Victor entrava na casa nova com uma caixa em mãos, tava finalmente fazendo minha mudança e agora sim eu tinha um espaço só pra mim, sempre quis meu cantinho, minha privacidade então comprei essa casa novinha, era espaçosa e ficava na mesma rua da minha mãe assim eu posso ficar de olho e estar sempre por perto.
— Coloca lá em cima. — A casa era primeiro andar, na janela do meu quarto pegava uma vista maneirinha do complexo.
— Tu bem que poderia deixar eu vim morar contigo né. — Vejo ele descer as escadas.
— Nem aproveitei minha casa e já tá querendo invadir?
— Eu não, todo dia ia vir uma mulher diferente aqui e eu não ia querer ser testemunha das tuas putarias.
— Me respeita em porra. — Dou um pescotapa no garoto. — Minha casa é meu templo filho, vou querer ninguém aqui não.
— Sei. — Ele fala.
— Ae namoral, para de falar e trabalha filho. — Jogo outra caixa pra ele que se equilibra pra pegar.
Eu poderia facilmente pagar alguém pra fazer tudo isso pra mim, mas não confio em deixar ninguém trazer minhas coisas pra cá, na verdade só minhas roupas porque ia comprar todos os móveis ainda hoje, quis nem trazer minha cama, deixei tudo na casa da coroa e ia comprar tudo novinho pra cá, queria fazer isso ainda hoje.
Minhas coisas pessoais eu mesmo trouxe, acionaria os homens apenas pra carregar os móveis, vou tanto me fuder sozinho em baixo desse sol.
— Cheguei família. — Andrezinho passa pela porta com um mini isopor em mãos.
— Que porra é isso? — Pergunto vendo ele colocar no chão.
— Vai vender água no sinal? — Victor gasta ele, acabo dando risada também.
— Muito engraçados. — Ele abre a tampa e posso ver algumas longnecks de cerveja com gelo.
— Se liga, não ia deixar meu parceiro passar sede nesse calor infernal. — Ele joga uma que agarro, não vou negar que gostei, esse calor tava foda e só uma cervejinha pra amenizar.
— Tudo pra tu é motivo de beber André. — Meu irmão diz, e era verdade.
— Fica quietinho ai pentelho. — Ele pega uma também abrindo.
— E cadê a minha? tranquilo eu passar sede? — Victor diz, nem escuto isso, olho pra ele serinho na hora.
— Claro que eu não ia esquecer de tu pivete, segura ai. — Ele abre um sorriso que logo some, olho pra ver e André joga um saquinho de picolé pro garoto, dou risada tomando minha cerveja.
— Tá de sacanagem? — Victor reclama levantando o picolé em mãos.
— Bora trabalhar meu povo! — Ele ergue a cerveja em mãos, nego com a cabeça pensando o que se passa na cabeça desse garoto.
Victor e André passam o dia comigo depois de eu ir na loja escolher meus moveis, como eu tinha bom gosto peguei tudo numa cor só pra ficar maneiro, tudo em marrom claro e cinza até um lustre tinha escolhido, tá doido, a casa vai ficar daquele jeito.
Só sei que desembolsei uma grana preta com tudo e pra trazer na hora, tinha o prazo de entrega mas optei por eu mesmo levar, então depois de falar com o FP que liberou um caminhão e alguns homens pra carregar as caixas pra dentro eu segui direito pra casa nova.

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DOSE DUPLA
Fiksi PenggemarLuna é uma jovem que cresceu no Complexo da Pedreira, no Rio de Janeiro. Sua vida vira de cabeça para baixo quando ela se vê dividida entre dois homens que representam mundos opostos: um sendo da lei e o outro não. À medida que Luna mergulha em um t...