Capítulo 93

5.2K 448 12
                                    

Emma

- Eu tenho nojo de você. Nunca te amei e nunca vou te amar. Eu prefiro morrer a deixar você me tocar.

Saio correndo para rua, os seguranças se aproximam e eu me enfio dentro da mata, não vejo mais nada. Corro na chuva mata adentro e não tenho a menor ideia de onde estou indo, apenas sei que estou indo para longe daquele monstro.

Corro o mais rápido que posso, a chuva está muito forte e tem muito vento vários galhos caindo das arvores, desvio de alguns que estão caídos e que estão caindo a minha frente. Não vou voltar para a cabana, eu não posso voltar para lá. Aquele louco vai matar meus filhos e sabe o que mais poderá fazer. Sigo correndo, pulo um galho e neste momento eu sinto uma forte fisgada em minha barriga, é um dor muito forte e diferente de tudo que já senti.

- Ahhhhh... Meu Deus que dor. – me ajoelho no chão e assim que dor passa volto a correr.

A mata é muito escura e fechada, escuto o barulho da tempestade e de animais que devem estar à solta, já estou muito cansada de correr e com muitas dores, tenho certeza que estou tendo contrações e que devo estar entrando em trabalho de parto. A dor é muito forte e tenho vontade de gritar o mais alto possível, mas não posso. Conforme eu caminho pela mata, começo a ficar com medo, na verdade medo estou sentindo há horas, mas agora ele me consome e domina. Não sei mais voltar de onde vim, minhas dores estão cada vez mais frequentes e se eu estiver em trabalho de parto, como vou fazer? Deus porque você está fazendo isso comigo? Será que Teddy e Frank já sabem da minha localização? Que eles estejam chegando.

Escuto um barulho e tenho certeza que tem mais alguém aqui, eu não posso correr mais, estou cansada sinto muito dores, avisto algumas pedras muito grandes que formam uma espécie de abrigo, ela é aberta dos lados, mas tem uma pedra sobre posta encima que serve de proteção da chuva que cai muito forte, onde eu me escondo. Me sento embaixo da grande pedra, apoio minhas costas em uma parede e olho para os lados, onde não há proteção alguma, espero que Rick não me encontre aqui. Sinto novamente as contrações, trabalho a respiração como o médico me ensinou, tendo a medida do possível me manter calma.

- Arf! Arf! Arf! – fortes dores, instintivamente eu abro as pernas e puxo meu vestido para cima, coloco minhas mãos na barriga e respiro. –Arf! Arf! Arf! Deus me proteja. Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

Quando estou indo para minha quarta oração seguida, pedindo a Maria que me proteja e me guie, escuto o barulho de galhos quebrando, tenho certeza que tem alguém aqui. Procuro ao meu redor, por qualquer coisa que possa me proteger, acho um galho e seguro com força. Minha força e minha coragem deram lugar ao medo, dor e sofrimentos, minhas lágrimas correm, assim como a chuva.

Volto a sentir uma nova contração e essa foi muito forte, não aguento e solto um longo grito, um gemido de dor e desespero. Entre um grito e outro respiro forte, sigo em um ritual entre respiradas, choros e gritos e logo. Aquele pressentimento de ter alguém aqui está cada vez mais real.

Olhando para o lado vejo um vulto de homem. Rick. Nãooooooooo é possível, ele nãooooooooooo. Tento controlar minha respiração, seguro o pau com mais força com as duas mãos.

Amor, Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora