Capítulo 88

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Bônus Frank

Os últimos meses têm sido muito diferentes para mim. Em outros tempos em uma noite de folga eu estaria em um bar bebendo e acabaria em um motel barato com uma mulher qualquer, mas ao invés disso, eu estou em casa bebendo e pensando em uma adorável menina grávida que me vez perder o juízo completamente. Desde que eu estive a primeira noite com Olivia, meus movimentos, meus pensamentos e minhas atitudes tem sido inspirado nela. Eu que sempre desejei uma vida de aventuras, viagens e perigo e que jamais pensei em ser de uma única mulher, jamais me permiti amar alguém, agora estou aqui no dilema entre interromper a coisa mais forte e devastadora que senti, ou dar-lhe motivos para permanecer em minha vida.

Quem diria que Frank estaria analisando os prós e contras de um pedido de casamento. Ainda acredito que eu não posso, ou melhor, não devo me envolver com Olivia e principalmente que não tenho nada a oferecer a ela a não ser um homem silencioso, duro e preparado para matar ou morrer. Como seria sua vida se eu morresse para defender o que acredito? Meu trabalho é defender os ricos de perigos, será que eu conseguiria ficar com essa família durante muito tempo? Nunca fiquei mais de um ano com o mesmo cliente e será que isso não é entediante? Não posso correr o risco de pedi-la em casamento e daqui alguns meses me arrepender e querer correr o mundo atrás de algum psicopata. Ela não merece isso e não precisa passar por isso, sua vidinha mesmo que muito curta já passou por tantas provações, desilusões e mágoas.

Eu olho para esta caixinha que escondo nas minhas coisas e vejo um anel de noivado e me pergunto se devo ou não dar ele a única pessoa que me fez acreditar que posso amar alguém além de mim mesmo. Olivia me ensinou através da sua pureza e sensibilidade que posso amar e ser amado, e mais assustadoramente que sempre sonhei em ser pai, mesmo que nunca tivesse me dado conta disso. É emocionante ver o bebê mexer em sua barriga, e nas várias vezes que velei seu sono, eu observei e mentalizei como seria este menino que em breve estará chegando a esse mundo maluco. Imagino um garoto com bochechas gordinhas, pele clara, careca um ser tão frágil que só poderia ser cuidado por algo tão doce e igualmente frágil como Olivia, e nos meus pensamentos mais íntimo confesso para meu matador interior que só eu posso protegê-los.

Aceitar que o que sinto por Olivia é amor foi extremamente difícil, mas eu sei que no fundo da minha alma eu a amo com todas as minhas forças. Assumir que este amor é correto e eu devo me entregar a isso é tão difícil que nem mesmo às lembranças mais profundas que carrego da guerra chegam perto de explicar. Se eu decidir entregar essa caixinha para ela significa não só a vitória na batalha mais difícil que travei, mas que abrirei mão da vida que escolhi para mim ha anos atrás. Meu maior medo é que eu não fique satisfeito e que em algum momento o destino se encarregue de cobrar essa conta. Ao assumir este sentimento, virá não só uma menina jovem e inexperiente, mas um filho, uma família. Sou capaz de cuidar de uma família sem desapontá-la? Sem magoá-la? Sou capaz de passar valores, ideais, educação a uma criança? Eu sei que o problema não está em ela estar grávida de outro homem, posso superar, assim como já superei. Se eu decidir ficar com ela, irei registrar esse menino e darei meu nome a ele. Essa é a única certeza que tenho, esse menino levará meu nome e eu serei o melhor pai que eu puder ser.

Quando penso nos próximos meses eu quase arranco todos os poucos cabelos que ainda me restam na cabeça, teremos o nosso bebê, Emma logo dará a luz a dois e o Sr. Regan adotou um menino... Isso será o próprio jardim de infância e acho que a guerra deve ser mais fácil do que ir a um parque com esse monte de pivetes enlouquecidos. Mas olha eu dizendo que meu filho irá nascer em poucas semanas, eu enlouqueci? Quanta contradição sua ehm Frank.

Olho para o relógio e vejo que está na hora de levar as duas moças ao médico, hoje será a primeira vez que irei acompanhar Olivia em uma ecografia, ideia da Emma. Emma acredita que este exame é a coisa que mais pode conectar um pai a um filho, porque somente elas sabem e sentem os bebês nesta fase. A possibilidade de vermos mesmo que através de uma máquina, faz com que o filho se torne real para o pai. Faz a ficha cair para o homem.

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