E mais um vez, deitado numa cama em uma posição que deveria ser confortável, alguém desmoronava em silêncio.
O coração pesado pedia socorro com seus batimentos rápidos, a mente geralmente tranquila se enrolava em seus próprios pensamentos dolorosos e se afogava na própria tristeza, a voz suave agora se agonizava em soluços de sofrimento e o rosto delicado e bonito se banhava em lágrimas salgadas e permitia que os belos olhos castanhos sofressem pequenos inchaços abaixo deles.
O ambiente que deveria ser sua zona de conforto agora se mesclava com seu passado, quando as dores eram intensas de mais para pensar em sobreviver, quando as palavras grudavam em sua mente e acabava com ela e os toques agoniavam sua pele, como espinhos. Durante todo aquele sofrimento, tudo o que o ômega pedia era paz.
Apesar de encontrar alguém, que se preocupou com seu bem-estar, seu conforto, seus sentimentos... Por puro orgulho e medo, deixou-a escapar entre seus dedos indecisos e inquietos. O receio foi mais forte que o amor e a mente foi mais rápida que seu pequeno coração, agora? A dor da perda era mais forte que tudo o que sentia antes.
Onde estava o orgulho? O medo? A raiva? Aqueles que lhe abraçaram e disseram que isto era o melhor a ser feito? Desapareceram quando percebeu que era tarde de mais.
Quem respondia por si era apenas seus soluços de desespero e angústia, estes que apesar de serem pedidos de ajuda, eram ignorados por todos o que passavam em frente aquela porta. Porquê quando mais necessitava, ninguém estava lá.
Ninguém que na verdade ele queria. Como o alfa Wen Kexing.
Na verdade Lao Wen sempre esteve por perto, Zishu quem não soube valorizar sua presença. E neste momento a falta das suas risadas, as piadas sem graças, da sua voz e o aroma suave, seu toque e seu carinho lhe maltratava como chicotadas que não cessavam.
Já estava quase no fim do mês, faltavam poucos dias pois a primavera estava chegando, e desde que se mudou para a Cidade Fantasma nunca mais viu Wen.
Não que o lugar estivesse vazio apenas com Jiang e e ele, também havia moradores nos arredores e vários vendedores também, que vinham de longe para aproveitar a freguesia. Mas Zishu ainda se via sozinho sempre.
Jiang Cheng as vezes passava em seu quarto e lhe confortava com palavras gentis, mas esse não era seu forte e ele sempre acabava levando sermão. Hoje não foi diferente, o beta já estava lá mais uma vez batendo em sua porta.
— Zishu! Abra a porta e pare de bancar o abandonado — o beta berrou por de trás da tábua de madeira.
— Cala a boca! — gritou irritado.
— ... Wen está aqui! — disse em um tom alto.
Escutando isso, se levantou e correu em direção a porta com pouca dificuldade, destrancou e enconrrou Jiang parado de braços cruzados.
— Onde? Onde está?
— Lá no pátio, vi ele conversando com uma das damas...
Antes que o deixasse terminar de falar, seus pés foram mais rápidos e de repente já estava fora do casarão. No pátio, percorreu a ponte olhando de um lado para o outro e ao virar uma esquina, lá estava ele...
Wen Kexing
O alfa conversava com uma fantasma de uma forma séria, parecia um assunto importante, tão importante que Wen nem percebeu sua presença atrás da serva. Zishu observou como a mulher observava o homem com os olhos brilhando em luxúria, sentiu um incomodo crescer em seu peito e um nó se formar na garganta ao escutar a risada escandalosa do alfa. Tocou no ombro alheio apenas para vê-lo lhe olhar por cima e desmanchar o sorriso, virando-se em direção contrária se afastando aos poucos.
— Wen! — chamou e quando tentou ir atrás, uma mão leve agarrou seu pulso e ele parou bruscamente, dando meia volta para ver quem era.
— Licença, você acabou de me atrapalhar... — a serva disse com desdém.
— Idaí!? Me solta. — revirou os olhos e tentou ir atrás do homem de vermelho novamente, apenas para ser puxado pelo braço. — Escuta aqui senhorita, não é porqur eu sou homem e não posso bater em uma dama, que eu não posso te encher de ofensas!
— Ômega bastardo, quem você pensa que é!? Não vê que ele não dá a mínima para o que você tem a falar?
— E quem você pensa que é para saber das coisas que não lhe convém? — franziu o cenho, a dor no peito se intensificou e a fraqueza demonstrava que estava de volta mas ele ignorou e se manteve em pé.
— Eu sou uma das que ele fica todas as noites, oras! — a mulher revirou os olhos. — Olhe para mim, veja como eu sou bela...
— O-o quê? — arregalou os olhos levemente.
— Achou mesmo que ele não iria esquecer você? Babaca, você não tem cérebro? Você o perdeu. — ela cruzou os braços e sorriu sinica, mas o mesmo se desmanchou ao ter o cabelo puxado e o corpo empurrado com agressividade.
— CALA A PORRA DA BOCA! — os olhos castanhos brilharam e ele reprimiu os lábios. — Que droga... — o ômega sussurrou e saiu às pressas do local, deixando os fantasmas presentes assustados e chocados com aquela situação. Entrou no quarto batendo a porta com raiva e trancando na mesma hora. Seus olhos agora enxargados rodearam o quarto a procura de algo para aliviar, mas não havia nada, nenhum vinho ou qualquer utensílio, então ele se ajoelhou no chão sem se preocupar com o impacto e a dor que causaria e chorou.
Chorou até que finalmente se sentisse bem...
Mas ele nunca mais sentiu isso, nunca mais sentiu a felicidade ou qualquer sentimento considerado bom.
E ali ele ficou, preso nos próprios pensamentos dolorosos e sombrios, perdido entre suas lágrimas e o próprio orgulho.
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O Destino《MXTX e WOH》
أدب الهواةMDZS - Wangxian e Huanyin WOH - ZhouWen HOB - Hualian e SVSSS - BingQiu 》UNIVERSO ABO 《