3 - É muita mãe para pouca filha

6.2K 689 75
                                    

Lara

**

— Isso são horas de chegar, mocinha? —  Melissa me metralhou assim que passei pela porta de entrada. 

— Toda hora é hora, mãe. Pode conferir no relógio. — sorri cínica, e ela me olhou sem humor algum. Nem bem cheguei em casa e a super proteção de Dona Mel veio em mode on

— Deixa a menina, Mel, afinal de contas, antes tarde do que nunca, né? — Jennifer disse em minha defesa usando e abusando do sarcasmo também.   

— Isso é o que eu chamo de boa-drasta. — Arthur cochichou em meu ouvido. 

— Acho que o mocinho ai já pode se despedir. — ela disse ao ouvi-lo falar baixinho em meu ouvido. — Já está tarde e amanhã o dia começa cedo. Já perdi duas horas do meu maravilhoso sono esperando vocês! — não acredito que  ela está expulsando meu namorado! Droga!

— Tudo bem, sogrinha, eu vou, mas amanhã eu volto! — Arthur disse beijando-me e sorrindo. Acho que ele felizmente levou na esportiva o péssimo humor da minha mãe.  

Eu amo minha mãe, mas as vezes o mal-humor dela chega a ser incurável. Nem sei como a Jennifer consegue aguentar essa TPM diária. Santa, Jeh! O que é duas horinhas de atraso afinal? Poxa, estávamos em um lanche e perdemos a hora. Que mal há nisso? Aposto que na cabeça corrompida da minha mãe, nossa saída tinha alguma relação com sexo. Céus, ela vai ter que entender cedo ou tarde que sua filha cresceu. E sexo é uma fase natural do crescimento. Espero que ela nunca descubra que deixei de ser virgem dois meses após o inicio do meu namoro, ou serei uma garota morta. Dona Melissa ainda vê em mim seu bebê ingênuo e puro. Quanta inocência! Tô com saudades da Eduarda, ao menos com ela eu podia falar sobre sexo sem gerar uma guerra. Tomara que ela volte logo dessa droga de viagem.

— Lara, é seu último semestre na escola. Falta pouco para entrar na faculdade e você tem que dedicar-se mais. Suas notas não param de cair e até seus professores já falaram do seu comportamento arredio. Suas saídas estão cada vez mais frequentes e retorna para casa cada vez mais tarde. O que está acontecendo? 

— Melissa, deixa a garota, foi só um lanche e os moleques perderam a hora. Não há razão alguma para todo esse estresse. 

— Jennifer, esse é um assunto nosso. Por favor, me deixa cuidar da minha filha? 

— Ela é tão minha quanto sua. 

— Eu dei-lhe a vida. — Melissa falou firme. 

— E isso não te faz mais mãe que eu. Eu lhe dei amor. — Jennifer contestou. 

Pronto, outra vez começou a guerra para saber quem é mais mãe ou quem é menos mãe.  Isso sem dúvidas é o que mais me irrita. É uma super-proteção desgastante. São cuidados excessivos e axficiantes. Tomara que chegue logo o fim de semana, assim vou ver Eduarda e Clara. Ao menos por lá não sou a única filha e posso dividir atenção e super-proteção com mais dois pestinhas. Subi para o quarto e tranquei a porta, deixando Jennifer e Mel continuar a discussão sozinhas sobre quem afinal tem mais poder sobre mim. Que patético! Acho que elas precisam transar mais, assim minha vida seria melhor. É um calculo lógico, mais sexo e menos tempo para super-proteção.

L a r a - [ROMANCE LÉSBICO]Onde histórias criam vida. Descubra agora