Lara
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A noite do grande baile prometia. Todos na escola estavam bem animados com o evento, afinal era o momento final de um grande ciclo estudantil. Meninas de um lado, loucas e sedentas por seus vestidos, meninos buscando diversão e saindo predatórios em busca de seus pares. E eu observava aquelas cenas e por um lado me sentia com um frio na barriga por também estar inserida neste universo, era estranho, mas ao mesmo tempo intenso.
Era entardecer quando enviei o vestido de Catarina em seu endereço. Eu estava louca para ver como ficaria minha linda e sedutora madrinha. Como prometido, também enviei para Clarice um dos mais lindos vestidos que encontrei, eu realmente queria que saísse tudo perfeito para todos os envolvidos.
A ideia de ter completado 18 anos, conseguido concluir finalmente o ensino médio e agora ser uma profissional de marketing requisitada na redação, me levava a um mundo adulto cheio de responsabilidades que eu ainda não estava completamente ambientada, mas que estava gostando cada vez mais. Acho que conhecer Catarina me fez crescer como pessoa. Não quero dizer que com ela aprendi à adquirir responsabilidades, mas acredito que ela foi o combustível para que eu quisesse ser melhor. Enfim, hoje finalizo mais um ciclo da minha vida, e a sensação de dever cumprido toma o meu rosto com um sorriso largo.
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Quando estou finalmente no Gran Finale da minha arrumação, pouco antes dos mínimos ajustes do meu vestido, meu celular tocar. Corri para atendê-lo pensando ser Catarina, mas me surpreendi quando me dei conta de que era minha antiga sogra. Sim, a mãe de Arthur estava me ligando e eu me surpreendi com o ato. Ela raramente me liga. Não hesitei e atendi apressadamente.
Seu timbrado preocupado denunciava uma mulher nervosa, buscando sedenta por qualquer mínima notícia que fosse sobre seu filho. Indagou se eu saberia seu paradeiro, pois ele havia sumido desde a noite passada. Respondi que não é ela ficou ainda mais nervosa. Afirmou que Arthur havia saído na noite passada de sua casa e que ainda não tinha voltado. Me surpreendi extremamente. Sei que na nossa idade é completamente normal esses sumiço relapsos, mas com Arthur não. Ele era um garoto completamente responsável e nada inconsequente. Ele jamais faria isso sem dar satisfações exatas para sua mãe. Dona Madalena repetiu que estava com muito medo que algo de ruim tivesse acontecido, continuou dizendo que Arthur nunca fez algo do tipo antes, mas que desde que rompemos ele estava cada vez mais se afundando em um poço de solidão e vazio. Além disso, proferiu que seu sumiço era extremamente antagônico, pois o mesmo passou o mês inteiro ansioso pelo baile de formatura, mas que as autoridades só aceitam o registro de sumiço após 24 horas. Não sei se ela disse isso para me fazer sentir mal ou se realmente era verdade, mas algo em mim me fez sentir culpada. Pedi que ela não se preocupasse, pois eu faria o possível para ajudar a localizá-lo.
Ao desligar, tentei buscar dentro de mim algumas resposta de locais onde ele poderia estar, e então apenas um lugar me veio a mente: se tratava de um lugar que costumávamos sempre ir quando estávamos namorando. Nos chamávamos de "nosso lugar". Era um espaço abandonado em uma casinha próximo da praça aborizada da cidade. Sempre íamos até lá para projetar seu telescópio e ficar observando as estrelas. Ele amava esse tipo de coisa. Eram seus programas favoritos.
Não sei em exato porque esse lugar me tomou a cabeça, mas algo me dizia que ela estaria lá, e então sem hesitar fui me certificar de de minhas suspeitas estavam corretas. Coloquei apenas um casaco sobre o vestido e sai na ânsia de voltar a tempo para o baile.
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Iai meninas, o que vocês acham que vai acontecer?Será que alguém tem imaginação certeira para acertar o que estar por vir?
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L a r a - [ROMANCE LÉSBICO]
RomanceAlguém lembra da bebezinha deste conto? Pois é, ela cresceu. O tempo passa rápido e não há tempo para cruzar os braços e esperar as horas passar, ele é tão veloz quando o piscar das suas pálpebras. Quarta temporada do romance lésbico - CLARA E DUDA.