64 - Culpada

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Catarina

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Assim que me aproximei do local onde o indicador do GPS marcava, ouvi gritos de um timbre que eu reconhecia bem. Um torpor de temor percorreu minha vertebra e eu temi o apuro que ela podia estar inserida.

Desci as pressas do carro que eu havia alugado para o baile e fui em direção ao local dos gritos estridentes. Então, diante de mim a pior visão se fez. Lara estava deitada, sendo bruscamente penetrada por seu ex. Confesso que nos dois primeiros minutos até cogitei a idéia de uma possível traição, mas ao me aproximar e presenciar a cena com mais entendimento, compreendi que a gravidade era bem maior do que ousei pensar.

Lara estava sangrando por conta de um corte no pescoço, e como se isso já não fosse cruel o bastante, o cretino ainda a penetrava fortemente com satisfação evidente no sorriso. O ódio se espalhou em mim e eu senti vontade de mata-lo. Peguei o primeiro objeto de defesa que vi pela frente, um pedaço de madeira que encontrei em meu caminho, e ao me aproximar lentamente, bati com toda força de meus punhos na cabeça de Arthur. Ele desmaiou e eu corri para abriga-la em meus braços.

Vê-la tão desprotegida, tão vulnerável, tão machucada, me dilacerava o coração. Ela levou suas mãos ao seu corpo e tentava sem êxito cobri-lo como se estivesse sentindo-se com vergonha de um ato onde ela foi a principal vítima.

Chegar a tempo de presenciar aquela situação me deixava com um nó na cabeça e na garganta. Se eu tivesse chegado antes talvez eu tivesse impedido o ato. Me sinto culpada! Lara não merecia tamanha crueldade. Eu a tomei em meus braços e a abracei, fiz pressão para estancar seu sangramento e liguei o mais rápido que pude para Melissa no intuito de pedir socorro.

Não demorou muito até que policiais, paramédicos e familiares entrassem no local

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Não demorou muito até que policiais, paramédicos e familiares entrassem no local. O cretino ainda estava desacordado e o cenário dava resquício de um flagrante que seria usado pela polícia para incrimina-lo.

Enquanto os paramédicos davam toda assistência para Lara, eu ficava ao seu lado, dando-lhe a proteção que por um instante fatal deixei faltar. Os socorristas garantiram que ela ficaria bem e esse foi o único motivo de sentir meu coração bater mais calmo, desacelerando os batimentos fortes que quase dilacerava minha caixa torácica.

Melissa, Jeniffer, Clara e Eduarda me enchiam de perguntas das quais nem eu mesma sabia responder, tão revoltadas e perplexas quanto eu em relação ao que havia acontecido. Eu tentava explicar, mas minha voz ficava embargada e formava um nódulo em minha garganta. O choro reprimido era evidente. Meu desejo era matar Arthur com minhas próprias mãos, e juro que se os policiais não o tivessem levado para longe, Eduarda, Melissa e suas madrastas o teriam feito virar cinzas em dois tempos.

Aquele parecia o cenário mais brutal e cruel do qual eu já havia me inserido. Tudo que eu desejava era que uma vez, ao menos uma vez, a justiça no Brasil funcionasse realmente e Arthur apodrecesse na prisão até o fim de seus miseráveis dias.

Apressadamente, me juntei aos familiares de Lara e dirigimos todos acompanhando à ambulância que lhe transportava. O hospital tornou-se nosso destino e eu chorava implorando aos céus que os ferimentos de Lara não fossem tão graves e que seu psicológico suportasse o peso do episódio cruel que outrora havia lhe acontecido.

L a r a - [ROMANCE LÉSBICO]Onde histórias criam vida. Descubra agora