11 - Boliche - Parte 3

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Lara

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Como assim ela fez outro strike? Essa idiota deve estar sentindo-se a melhor do mundo. Que patética! Esses 4 strike de diferença foram pura sorte. Ela não é tão boa quanto acredita ser... É só a droga da minha cabeça que não está permitindo que eu me concentre sentindo o peso do deboche do sorriso preso de Catarina.  

 — Vamos embora, Arthur? Cansei dessa droga de jogo. — o convidei segurando sua mão e puxando-o.

— Acho que há pessoas por aqui que não suportam a ideia de perder. — como Catarina ousava dizer tamanho afronte? Ela realmente estava brincando com fogo. Eu poderia destruir sua vida na redação, fazendo dela um inferno total. Sorte dela eu não misturar pessoal com profissional, ou do contrario ela provaria das consequências. Essa marra ela iria perder antes mesmo que pudesse voltar atrás. 

— Não é sobre perder a razão pela qual estou indo. É sobre eu não aguentar mais olhar na sua cara. — cuspi tais palavras. 

— Essa desculpa já está ficando velha... Mas se bem que sei o quanto deve ser difícil para uma patricinha mimada, acostumada a sempre vencer, ser derrotada pela "estagiaria". Deve estar sendo mesmo difícil pra ti olhar na minha cara. — ela gargalhou e eu tive vontade de soca-la. 

Catarina

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Não posso negar que eu estava me deliciando com a vitoria sobre Lara. Vê-la cair de seu pedestal me trazia um gosto doce na boca. Ao menos uma vez na vida, ser quem está por cima da situação é maravilhoso. Segurando a mão de seu namorado, ela partiu para longe de mim com uma expressão de causar espanto em quer que seja que estivesse perto. Meus olhos acompanharam sua partida até que sua imagem saísse do meu campo de visão. 

— Até um cego perceberia, Catarina. Sorte sua o Arthur ser um tipico nerd tapado...

— Do que está falando, Ariane? — perguntei confusa com o teor da conversa. 

— Essa birra entre vocês...

— O quê? 

— Você gosta mais dessa garota do que conseguiu admitir a si mesma. — afirmou sem exitar. 

— Você se drogou? Só pode, pois não acredito que diria isso no seu normal. — indaguei perplexa. — Ela transforma meus dias na redação um verdadeiro inferno, sinto vontade de esmurra-la todos os dias, e você ainda acha que consigo nutrir algum bom sentimento por ela? Que piada! Acho que você tá vendo sentimentos onde não existe. Para de me empurrar pra Lara, só pra ter o caminho livre com o tal Arthur. 

— Quê? Hãm? Do que está falando, sua louca? 

— Pensa que não notei a forma que olhou pra ele? A maneira que o abraçou?

— Céus, o nome do que você viu era sentimento de saudades de um amigo que eu não via desde muito tempo. Não venha invertendo o jogo, o foco da conversa aqui é você e Lara. 

— Olha para mim? Eu mereço muito mais que uma riquinha mimada que pensa ser dona do mundo. Me poupa, Ariane!  

— É melhor irmos para casa, pois por hoje já cumpri minha cota de te ouvir falar dela, amiga. Meus ouvidos merecem descansar! — ela disse gargalhando, certa do que estava afirmando. 

— Vai se foder, Ariane! 

— Ain, Catarina... Era tudo que eu queria. Mas onde estão os héteros desta cidade para me ajudar com isso? — rimos juntas. — Seria mais fácil se eu fosse gay, pois além de minha alma-gêmea-melhor-amiga, você seria meu brinquedinho erótico também. 

— Do jeito que eu tenho vocação para me ferrar nos relacionamentos, talvez essa fosse mesmo a solução dos nossos problemas. — rimos outra vez, nos olhando como se disséssemos silenciosamente "transar com você, seria o mesmo que praticar incesto". Eu amava o modo como Ariane e eu nos entendiamos. Apesar das asneiras que vez e outra saiam de sua boca, ela era a melhor amiga que alguém poderia ter.   

L a r a - [ROMANCE LÉSBICO]Onde histórias criam vida. Descubra agora