34 - aurora

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Lara

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— O que você está fazendo aqui, Catarina? Sua maluca, minha mãe acabou de sair do quarto, um pouco menos e teriam se encontrado... Como você entrou sem ser barrada pelos seguranças? — perguntei perplexa, encarando a imagem de Catarina no centro do quarto.

— Eu vim para dizer que não parei de pensar em nossa dança. Eu não conseguiria dormir sem ter a chance de falar o quanto estou sedenta da sua companhia... — ela encarava-me e eu só conseguia me perguntar como ela havia conseguido a proeza de entrar sem ser vista. 

— Eu também não consigo parar de pensar em tudo que nos aconteceu essa noite... — fui sincera. Levantando-me da cama, caminhei lentamente para junto dela... Nossos olhos perdidos e inebriantes, se encontravam frente-a-frente sedentos de desejo. Sem chance nem espaço para qualquer palavra, beijei seus lábios e envolvi meus braços acerca de seu corpo mapeando cada milímetro dele. Um beijo que começou lento foi tomando forma e quando me dei conta, já estávamos nos devorando como feras famintas. Ela me jogou na cama sem avisos, e quando me viu cair firme, subiu e sentou-se em cima de mim, enquanto retirava com todo gás peças das roupas que naquela noite me cobriam. Eu estava em êxtase com aquele momento e sedenta para sentir de uma vez por todas o corpo de Catarina junto ao meu...

Aqueles olhos eram perdição para os meus. Eu só queria esquecer os motivos que nos impediu por tanto tempo de viver esse sentimento e poder finalmente mergulhar na imensidão daquela sensação. E quando eu quase consegui acariciar seu corpo, o alarme tocou estridente me despertando e, eu tive vontade de atira-lo a cerca de dez metros de distância pela janela. Então tudo não passou de um sonho?  Catarina nunca esteve de fato aqui? Meu subconsciente me pregou uma peça? Tudo não passou de um sonho? Estou sentindo-me rendida. Sinto que vou enlouquecer. Não consigo entender o que estou sentindo, o modo como Catarina anda tomando meus pensamentos soa irreal.  

A noite foi longa, mas a aurora veio e trouxe consigo a beleza do nascer do dia. Minhas olheiras ainda eram rastros claros de uma noite mal dormida, não consegui frear meus pensamentos, e quando finalmente consigo dormir, sonho com a ultima coisa que eu deveria sonhar. Apesar do sono, decido levantar e ir tomar café, não quero arriscar ser visitada outra vez por sonhos quase-eróticos como uma garota que até outrora era minha arqui-inimiga; isso é antagonicamente assustador. 

L a r a - [ROMANCE LÉSBICO]Onde histórias criam vida. Descubra agora