Capítulo Dez

156 14 5
                                    

Leah 

Sentei-me na minha janela encostando-me às almofadas que estavam pousadas numa espécie de sofá, onde eu me sento, com alguns livros espalhados e bebo um pouco do meu chocolate quente.Depois de uma noite fora, voltei para casa. Não que quisesse ou preferisse ficar aqui, mas não quero ser um peso na vida de ninguém. 

A chuva cai fortemente lá fora, e eu encolho-me na minha manta, agradecendo, por ainda ter uma casa. Sempre amei o inverno e adoro poder sentar-me na janela e ver a Lua um ser que, para mim, é maravilhoso a brilhar no céu.

A pergunta do Niall fez-me pensar em tudo. Estou eu apaixonada pelo moreno que entrou de rompante na minha vida?

A realidade é que eu não sei o que é o amor. Como é que sei se amo alguém, quando não sei o que significa amar?

Uma coisa eu sei. O problema do amor, é que quando não existe, não há forma de o fazer existir. Se não amas alguém, não consegues forçar-te a ti mesmo a fazê-lo.
O amor não se escolhe. Não há, maneira nenhuma, de escolheres quem amas, simplesmente acontece. Sem hora, data, ou aviso prévio. O amor é como uma rajada de vento, que vai e vem. Umas vezes pode destruir tudo por onde passa, mas outras vezes pode ensinar-te a voar.
O amor pode fazer-nos virar do avesso e fazer-nos sentir que tudo está ao contrário. Mas por vezes, o avesso é o lado certo que nunca ninguém viu ao descobriu.
O amor, não são só as borboletas na barriga. E muitas vezes, as borboletas na barriga não são sinal de amor. O amor não é só o entrelaçar de mãos. E muitas vezes, o entrelaçar de mãos não são sinal de amor.
Posso então concluir, que o amor faz-nos sentir. (Ponto Final). Muitas pessoas não querem acreditar, mas o amor é isto. Sentimento.

O amor não se come, não se desenha, não se apalpa, não tem corpo. Não se dobra numa folha de papel, nem se envia pelo correio.
O amor é sentimento que começa a desenvolver-se no cérebro, passa pelo corpo todo - para no estômago para te fazer uma cócegas - e chega ao coração, acabando por se entranhar em cada pedacinho dele, não querendo sair mais, preenchendo muitas vezes, espacinhos que outrora estavam vazios ou apagados. O amor consome-te, como se ele fosse o fogo, e tu a gasolina. O amor pode alimentar-te, mas também te pode queimar, chegando mesmo a doer.
O amor é assim, e temos de aprender a lidar com ele, seja bom ou não. O amor é o avesso. Um mundo completamente paralelo, que só se sente, e por isso não se vê, nem se apalpa. Encontra-se.
Quando se encontra, encontra-se do mesmo jeito para toda a gente: sem jeito. Ele alimenta-se do que não está à vista. Alimenta-se daquilo que és, não de todas as superficialidades que tentas mostrar a toda a gente.

Será isto correto? Ou muito confuso?

Suspirei, e encostei a minha cabeça no vidro, olhando para o céu, numa expectativa que algo sobrenatural descesse e me mostrasse qual o caminho que devo seguir. Gostava de poder ir ao futuro, para saber se desisto agora ou não de algumas pessoas.

Era bom não era?

Odeio o inesperado, gosto sempre de ter tudo organizado há minha maneira, e sob controlo.

Gostava de poder...

Os meus pensamentos são interrompidos quando o meu tijolo toca, fazendo-me saltar com o susto. Pouso o meu chocolate quente e percorro todo o meu quarto agarrando na minha mochila, enquanto vasculho todo o seu interior.

Olho para o ecrã e a imagem minha e do Harry aparece fazendo-me sorrir. Atendo, não sem antes respirar fundo.

Chamada on:

"Oi" - falei enquanto caminhava de novo pelo perímetro do quarto, ficando desta vez sentada na minha cama.

"Olá Borboleta" - Ouvi-o sorrir do outro lado, fazendo-me sorrir a mim também.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora