Capítulo Dezoito

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Capítulo anterior:
Este foi aquele momento doloroso em que descobri que o amor falhado é o melhor veneno para se ter nas veias. Por isso, eu aproximei-me dele e beijei os seus lábios como nunca antes tinha beijado.

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Aconselho a ouvirem a nova música dos ninos (love you goodbye - 1D) enquanto lêem.

- Adeus Harry... - sussurrei e afastei-me dele, permitindo que o frio se apoderasse de novo de mim.

- Mas...? - ele fez uma cara confusa e eu afaguei-lhe a bochecha carinhosamente.

- Eu amo-te Harry, e só percebi isso à pouco tempo. Estou apaixonada por ti desde que entraste na minha vida, mas isto não vai resultar... Desculpa.

Não esperei por uma resposta e continuei o meu caminho, colocando os fones nos meus ouvidos. Uma faixa qualquer começou a tocar e só me permiti deixar escorregar uma lágrima quando já estava longe da casa do Niall.

Posso afirmar com todas as minhas certezas que esta foi uma das decisões mais difíceis da minha vida, não só por ter de deixar uma pessoa muito importante para mim, que me ajudou imenso quando eu precisei e que esteve sempre lá, mas por o fazer amando-o com todas as minhas forças.

Não que ele tenha errado assim tanto, mas por não querer arriscar que lhe aconteça qualquer coisa. Não quero arriscar continuar com ele e depois acontecer qualquer coisa. Não quero...

Prefiro ama-lo eternamente, do que o perder...

Confesso que tenho tantos nós na minha cabeça e não encontro modo de os desatar. Sinto o meu pequeno e redondo mundo começar a desmontar-se à medida que dou um passo em frente e deixo ficar a base para trás, como se não precisasse dela.

Pensei muito. Pensei mesmo muito nisto, tentando descobrir se o que estou a fazer é certo ou errado, mas não consegui chegar a qualquer conclusão. Cheguei mesmo a pensar que talvez o problema seja meu. Normalmente culpo-me sempre de tudo o que acontece de errado na minha vida, e talvez esteja certa.

Não fui feita para o amor.

Não fui feita para criar expectativas tão boas, tão vivas, tão cheias de luz e de cor, para depois no final, tudo morrer e ficar para trás. Chorei, choro e tenho receio de isto se vir a tornar uma rotina. Como é que esquecemos alguém que em tão pouco tempo mudou para sempre a nossa vida? Será isso possível?

Ainda agora saí do seu lado, mas já tenho saudades do seu cabelo encaracolado em constante desalinho. Tenho saudades dos seus olhos verdes que assim que chocam com os meus, contam toda a nossa história. Tenho saudades de sentir a eletricidade que percorre o meu corpo quando ele me toca. Tenho saudades do seu cheiro e de dormir agarrada a ele todas as noites. Tenho saudades de desenhar sorrisos em todas as folhas dos seus cadernos quando ele estava a estudar. Como poderei eu esquecer isto?

Mas sabes que mais? Ainda bem. Todos aqueles riscos que juntos faziam esses sorrisos, continuaram e fizeram a nossa história. Faz parte de nós entendes? Comecei a desenhar esses sorrisos assim que me apercebi que não eras só mais um, mas quando percebi que eras aquele.

É estranho eu dizer que "tudo começou com um sorriso numa folha" e não contar uma daquelas histórias que fazem inveja a toda a gente.

Todos os dias te sorri. Todos os dias te olhei, todos os dias te toquei e nunca mais larguei, como se fosses um ursinho de peluche que estava sempre lá quando eu tinha medo.
Conversávamos, riamos, até que um dia me encostei a ti e ouvi o teu coração funcionar de acordo com o meu, percebendo então que tudo aquilo que eu estava a viver não era uma mera ilusão, era real... Era tudo real.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora