Capítulo Um

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Flashback On:

Encolho me ao lado do sofá enquanto ouço os gritos da minha mãe.

Lágrimas rolam permanente na minha cara e eu nem tento limpar.
Espreito um pouco e consigo ver o meu pai com uma arma na mão. Estremeci quando o vi a apontar para a minha mãe.

Queria correr, mas o meu corpo não se mexia.

Ouvi pela última vez a minha mãe suplicar para ele baixar a arma e um tiro é instantaneamente disparado na direcção do seu peito.

- Maeeeeeee! - Grito e finalmente corro até ao seu corpo.

Agarro a sua mão e ela olha para mim.

- Foge Leah! - Ela diz e fecha os seus olhos cor de amêndoa.

Agarro o seu corpo e abano-o rapidamente. Ela não pode estar morta, não pode!

Quando não reage, abraço o seu corpo morto na cozinha e choro compulsivamente.

- Não, não, não, não! Acorda! Acorda mãe! - Sinto o braço de alguém agarrar o meu e olho diretamente para os olhos do meu pai.

- Ela está morta, não vês? - Ele fala com arrogância e eu tento soltar-me do seu aperto.

- Tu mataste a minha mãe! - Digo o óbvio e ele ri secamente.

- Sim eu matei, e agora tu vens comigo - Ele nem me dá oportunidade de responder e arrasta o meu corpo para o seu carro nojento.

Flashback Off

Acordo e levanto-me da minha cama. Gotas de suor escorrem pela minha cara e sinto lágrimas quererem formar nos meus olhos.

Sonho com a morte da minha mãe todos os dias desde que ela faleceu e cada vez mais sinto raiva daquele monstro.

Levanto-me e caminho até à cozinha. Encho um copo com água fresca e bebo tudo rapidamente.

Volto para o meu quarto e pego no meu telemóvel velho. São 7:00h da manhã, ainda falta uma hora para as aulas começarem, por isso aproveito para tomar banho.

Dispo a minha roupa e analiso o meu corpo. Marcas e nódoas negras preenchem a minha barriga e pernas.

Os meus braços estão vermelhos e os meus pulsos negros. A minha cara está pálida e tenho umas olheiras do tamanho do mundo a rodear os meus olhos cor de céu.

O meu cabelo loiro, está agora seco e espigado pela falta de cuidados que tem. Coro por ver o meu corpo assim e sinto nojo de me tocar a mim própria.

Imagens de ontem à noite percorrem a minha mente e sinto o meu estômago contorcer-se.

Ligo o chuveiro, já velho e lavo o meu corpo repetidas vezes, como se o toque dele desaparecesse e fosse juntamente com a água pelo ralo.

Quando passo as minhas mãos pela minha intimidade e seios, gemo por estes estarem doridos pela força e falta de cuidado que ele exerce sobre mim.

Passo o meu cabelo uma vez com shampoo e lavo-o bem com água. Desligo o chuveiro e enrolo o meu corpo na toalha.

Visto rapidamente a minha roupa interior e caminho até ao meu quarto a passos lentos para não o acordar.

O seu ressonar ouve se daqui e respiro fundo quando entro no meu quarto e tranco a porta.

Apesar de estar bom tempo, opto por umas calças e uma t-shirt. Coloco o meu casaco por cima e pego na minha mochila.

Caminho novamente até à cozinha, faço café para ele e uma torrada para mim. Ele costuma acordar às 9:00h para ir trabalhar, mas eu tenho sempre de lhe fazer o pequeno-almoço, senão ele castiga-me.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora