Capítulo 25

68 10 4
                                    

Harry:

- Ainda não consegui perceber o que raio vim aqui fazer - bufei e sentei-me no sofá do hotel.

- És meu filho, por isso acho que é óbvio eu querer que me acompanhes nestas viagens - ergui a sobrancelha e olhei fixamente nos seus olhos.

- Em 22 anos da minha existência, nunca quiseste que eu viesse contigo e agora trazes-me para Oxford. Esta cidade é aborrecida - posso jurar que o vi revirar os olhos.

- Olha, em vez de reclamares e que tal ires preencher os documentos que te faltam? A reunião é daqui a uma hora e eu quero tudo pronto.

- Porque é que estamos aqui mesmo? Não percebo, a mulher que meteste aqui para tratar da empresa não é competente o suficiente para tratar dos assuntos?

- Ela é bastante competente sim, mas eu sou o diretor da empresa por isso eu tenho de estar presente nos negócios mais importantes para me certificar que está tudo em ordem. Vamos fazer um negócio muito importante com os chineses e nada pode correr mal - suspirou - não presisas de ir, sempre podes ficar aqui a olhar para as paredes vermelhas do hotel - falou irónico e caminhou até à casa de banho.

- Que engraçado que o meu pai está hoje - sorri falsamente para ele e peguei no resto dos relatórios que me faltavam preencher.

- Pode ser que tenhas sorte e que arranjes lá uma rapariga bonita - piscou-me o olho e eu sorri.

Bem pensado.

***

- Eu vou andando para a reunião, antes de começar ainda tenho de tratar uns assuntos com a sub-diretora. Vens ou ficas aqui na sala de espera? - o meu pai falou para mim assim que saímos do carro.

Passámos as portas automáticas da empresa e olhei em redor do espaço. Os meus olhos pararam num corpo de uma rapariga junto da máquina do café.

- Eu fico aqui, vai lá para a reunião chata - entreguei-lhe os papeis necessários e pisquei-lhe o olho.

Arrastei os meus pés até ela e toquei-lhe no ombro.

- Hmm, precisas de ajuda? - num movimento rapido, os seus olhos castanhos estavam colados aos meus.

- Pois, eu queria um café mas esta máquina não está a ajudar - os seus lábios vermelhos esboçaram um sorriso para mim.

- Talvez se ligasses a ficha do equipamento à tomada isso funcionasse - a sua face pálida ganhou cor e eu gargalhei ao ver a sua expressão.

Baxei e liguei tudo fazendo a máquina começar a tirar o café para um copo de cartão gigantesco. Podia jurar que aquilo dura para um dia inteiro.

- Ahhh pois - suspirou - Obrigada... Hmm?

- Harry - levantei-me e estendi a minha mão colando-a à sua.

- Obrigada Harry. Eu sou a Sophia, prazer - assenti e segui-a até às cadeiras da sala.

Assim que nos sentámos, as suas pequenas mãos retiraram um livro da mala e eu revirei os olhos. A sério que ela vai ler? Eu estou mesmo aqui ao lado.

(...)

"Fala com ela!" - o meu subconsciente ordenou depois de uma eternidade a jogar Angry Birds no meu telemóvel.

"Mas ela está a ler!" - contestei mentalmente e fechei a aplicação fixando o meu olhar num ponto aleatório da parede.

"Desde quando é que isso alguma vez te impediu?"

"Está mas é calado"

"Claro, até porque a mosca que estás a observar à imenso tempo, é muito mais interessante do que a gaja boa que tens ao teu lado" - revirei os olhos.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora