Capítulo 43

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Leah

- Leah! - Paralisei quando ouvi o meu nome ser pronunciado por uma voz fraca e rouca.

Retirei as mãos do meu rosto lentamente, limpando as lágrimas que teimavam em correr desde há uma semana para cá.

Devagar levantei o rosto dos lençóis brancos e ajeitei-me na cadeira velha. Quando vi a pessoa que me chamava, o meu coração acelerou e os meus olhos dilataram.

- Oh meu Deus! - sussurrei levantando-me da cadeira.

- Eu estou bem - gargalhou fracamente assim que comecei a analisar o seu corpo de alto abaixo.

- Eu tinha tanto medo de te perder - desabafei - Nunca mais me faças uma coisa destas Harry Edward Styles! - falei mais séria - Ias-me matando de coração - empurrei levemente o seu braço, fazendo-o sorrir.

Que saudades que eu tinha deste sorriso.

- Eu sei - sorriu de canto - Eu conseguia ouvir-te - as suas esmeraldas brilhavam.

Ainda não consigo acreditar que ele acordou.

- A sério?

- "Oh Harry eu preciso tanto de ti" - tentou, em vão imitar a minha voz.

- Estúpido - atirei-lhe a língua.

- Eu amo-te - disse beijando logo de seguida os seus lábios - eu senti tanto a tua falta - fechei os olhos.

- Sabes uma coisa? EU AMO-TE LEAH SANDERS - gritou para que todo o hospital ouvisse e que os pacientes que se encontram em coma acordassem de uma vez.

Ri-me das suas figuras. Um sorriso real e verdadeiro. Um sorriso que não era arrancado há demasiado tempo.

É engraçado como um sorriso é a única curva que endireita as coisas.

- E eu que pensava que não tinhas voz... - ironizei e deitei-me ao seu lado na cama, tendo imenso cuidado para não tocar em nenhum fio que assegurasse a sua saúde.

- Porque é que eu me apaixonei tanto pelo teu sorriso? - perguntou, ignorando completamente o que eu dissera.

- Sorrir não gasta electricidade e gera muito mais luz! - repeti uma das frases que a minha avó me estava sempre a dizer quando era mais nova e pisquei-lhe o olho.

- Eu tinha saudades dele - agarrou o meu corpo com mais força - Quanto tempo estive aqui?

- Doze dias. Foram os piores doze dias da minha vida - admiti.

- Desculpa... - levantou o meu queixo, fixando o seu olhar no meu - Eu odeio-me por ter escondido isto de ti, mas...

- Tudo bem - interrompi - Eu também me odeio... - dei de ombros.

- Porquê? - levantou a sobrancelha.

- Tudo isto foi culpa minha... - mordi o lábio - se eu não te tivesse deixad...

- Hey! - interrompeu-me - tu não tiveste culpa disto! - arregalou os olhos - Eu fui longe demais e quando dei conta disso, não consegui sair mais...

- Isso não te impediu de fumar Crack! - atirei - em que é que tu estavas a pensar Harry?

- Desculpa...

- Não é a mim que tens de pedir desculpa... - sentei-me na cama - Fazes ideia da maneira que a tua mãe fiou assim que descobriu isto? - levei as minhas mãos ao cabelo - O mau uso das drogas não é uma doença. É uma decisão Harry. É como parares em frente de um carro em movimento - expliquei o que um dia a minha mãe me avisou - A droga não é o mal, ela é só uma substância química e não penses que ela te vai levar a algum lado, ou que tudo se irá tornar um conto de fadas - agarrei a sua mão - tudo o que ela trás é sofrimento.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora