Capítulo 38

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Leah

- Harry! Despacha-te! - balanço o seu corpo com os meus braços - Vamos perder o avião por tua causa - bufo e começo a arranjar o resto das coisas que me faltam.

O seu corpo não mexeu um único centímetro então, agarrei na sua mão e colei os meu lábios nos seus.
Senti o seu corpo enrijecer por baixo do meu e os seus braços agarram a bainha da minha camisola, juntando-nos mais um ao outro.

- Amor... - as suas mãos nas minhas cochas - temos de ir... - gemi nos seus lábios e ambos sorrimos.

- Hmmm... - Trocou-nos de posições, fazendo-me ficar por baixo de si - Não fazes ideia do tempo que estou à espera para te ouvir chamar-me isso.

- Eu amo-te e tu já devias saber disso! - sussurrei no seu ouvido e levantei-me, deixando-o sozinho na cama - Por mais que goste de estar aí, temos mesmo de ir! - Pisquei-lhe o olho e peguei na minha mala.

- Podes ir descendo que eu vou só vestir qualquer coisa rápido - levantou-se finalmente da cama e deu um beijo suave na minha testa.

- Queres que chame já um táxi? - Gritei quando já estava a sair da porta do hotel onde ele tem estado nestes últimos tempos.

- Sim, por favor!

Fechei a porta e arrastei a minha única mala até ao elevador. Trouxe pouca coisa comigo, até porque só faço questão de permanecer em Nova Iorque durante uma semana. 

Ainda não consigo acreditar que estou a fazer isto. Esta é a altura em que vou ter de deixar todos os demónios que habitam na minha cabeça de lado e tentar recomeçar ao lado de Harry. Tal como Sophia me disse, eu estava errada e decidi dar ao caracolinhos uma nova oportunidade. A verdade é que voltamos a namorar e as coisas estão a voltar ao que eram antes. 

As portas do elevador abriram e eu saí até à recepção, marcando pelo caminho o número do táxi.

A noite estava escura por ainda ser muito cedo e as estrelas brilhavam incessantemente no céu. Um vento agradável batia no meu rosto e as memórias atravessaram pela minha mente sem qualquer autorização. 

Flashback On

- Tu mataste a minha mãe! - gritei novamente, tentando sair do seu aperto.

Enquanto os seus braços arrastavam o meu corpo até uma enorme carrinha, um vento agradável batia no meu rosto e a chuva começava agora a cair, limpando os vestígios de sangue que tinha nas minhas mãos. O meu olhar direccionou-se mais uma vez para a casa onde o corpo frio da minha mãe estava caído no chão e a sua súplica não parava de atravessar a minha mente, como flechas atravessam um coração.

"Foge Leah!"

A realidade é que fugi... fugi não só por ser fortemente arrastada, mas também por não conseguir lidar com uma coisa daquelas.

Como poderia ser? Como sobreviveria eu sem a minha mãe?

E os jantares em família? E as chávenas de chocolate quente? E o tempo que passávamos juntas? Tudo isso foi em vão?! Tudo isso vai simplesmente desaparecer com a sua alma?

Fechei os olhos sentindo as lágrimas queimar a minha pele. Despedi-me mentalmente da minha casa e de todas as boas recordações que tinha e deixei-me cair no frio e escuro chão do veículo. 

O seu olhar azul, tal como o meu, prendeu-se no meu rosto lastimável e as suas mãos alcançaram as minhas ancas, puxando-as violentamente para si. Os seus lábios traçavam linhas imaginárias pela minha barriga, agora descoberta da camisola suja com o líquido vermelho, mordendo e chupando à medida que o faziam. 

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora