Capítulo Dois

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Leah

As minhas pernas arrastam as minhas all stars pelo corredor escuro e frio da escola. Milhões de pessoas correm e andam por ele, mas nenhuma parece reparar na rapariga baixa de cabelo loiro e olhos azuis que está sozinha. Suspiro e continuo a caminhar para o bar.

O meu olhar cruza-se com o de varias pessoas, mas nenhuma parece importar-se comigo. Abro as portas e coloco-me na fila gigante há minha frente.

Quando estou mesmo quase a ser atendida, sinto algo a embater nas minhas costas e volto-me para trás.

Oh boa... reviro os olhos e apetece-me matar o rapaz de olhos verdes que está há minha frente.

Ele estava a agarrar um balde de tinta vermelha que agora está espalhada por toda a minha roupa. Olho para ele com um ar matador e ele encolhe os ombros.

- Desculpa! - Falou com a sua voz grossa.

- Desculpa? Deves estar a gozar! Esta era o meu casaco preferido! - Grito e toda a gente olha para nós.

- Hmm... desculpa... Se quiseres eu pago-te um novo... - Ele tenta falar, mas eu saio do bar rapidamente.

Otário!

Apresso o meu passo, não me importando se estava a ir contra as pessoas ou a fazer figura de idiota no meio da escola, com metade do casaco vermelho.

- Leah?! - Olho novamente para trás enquanto continuo o meu caminho para a casa de banho e vejo o loirinho correr até mim.

Só me faltava este agora também para me chatear.

Não lhe respondo e continuo a caminhar, desta vez mais rapidamente até à casa de banho. Sinto o seu braço a agarrar o meu pela terceira vez nas últimas 24h e bufo por ele ser tão chato.

- Que é que foi agora Niall? - Ele olha para mim e imagens do que se passou ontem percorreram a minha cabeça.

Flasback on:

- Ajoelha-te! - Ele grita e atira o meu corpo frágil contra o chão da cozinha.

Gemo e levanto o meu corpo de forma a ficar ajoelhada à sua frente no chão branco e frio da cozinha. Todo o meu corpo está a tremer e eu tento ao máximo controlar a minha respiração juntamente com as minhas lágrimas. Olho a medo para ele e vejo-o a pegar numa garrafa de vodka, enquanto sobe até ao seu quarto, deixando-me aqui exposta ao frio e à vergonha.

Respiro fundo, pois sei que vou "ter o prazer" de ganhar novas marcas no meu corpo. Ouço passos cada vez mais perto e sinto o meu cabelo ser puxado para trás, fazendo-me gritar de dor.

- Andaste a trair-me não foi? Agora vais pagar! - A sua voz grossa grita aos meus ouvidos e eu tento não me mexer, apesar da minha cabeça parecer estar quase a rebentar.

- Não... Por favor! Eu... Eu não fiz nada... Juro! - Suplico e lágrimas rolam pela minha cara quando ele larga o meu cabelo e se posiciona ao meu lado, pronto para me bater.

- Não me bata... Com o chicote não... Eu imploro! - Humilho-me a este ponto, mas mesmo assim ele aproxima-se de mim e ri secamente.

- Não só te vou bater, como um dia te irei matar como fiz com a porca da tua mãe! - Ele ri e bate-me com força nas costas, fazendo o meu corpo dar um impulso e um grito sair da minha boca.

Lágrimas escorrem pala minha cara, não só pela dor física, mas também pela psicológica. Como é que ele é capaz de matar a sua própria esposa e tratar a sua filha assim?

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora