Capítulo 56

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Leah

*Flashback On*

- Olá pequenina, feliz aniversário!

- Olá Arthur! - corro para os seus braços quase tropeçando nos meus pés - Muito obrigada...

- Está tudo bem?

- Eu fiz uma festa, mas nenhum menino da minha sala apareceu...

Um pequeno nó prende-se na minha garganta e largo a fita colorida da minha mão.
Ninguém apareceu...
Nem a Nina...ela prometeu-me que vinha...

-Eu vim! - O seu sorriso abre e a sua mão estende uma rosa vermelha - Toma, é para ti! Desculpa já ser um pouco tarde e ter faltado à tua festa...

O Arthur é um menino duas salas à frente da minha.
Um dos meninos mais velhos, mas eu gosto muito dele!
Leva-me ao parque todos os dias depois das aulas e ainda no outro dia me deu um gelado!

- Leah, amor? - a minha mãe chama do outro lado da vedação - Vem para dentro, já faz frio!

- Olha, obrigada - agradeço de novo ao menino de olhos escuros e pele pálida - Nos vemos amanhã - beijo a sua bochecha.

Corro para o colo da minha mãe e abraço o seu pescoço.

- Olha mãe!

- Uau amor, que rosa linda! - diz docemente fazendo-me ficar orgulhosa - Quem te deu?

- Foi o Arthur! - sorri - Vou guardar junto das outras!

Soltei-me dos seus braços e fui rapidamente ao seu quarto.

Caminhei até à cama e abri a gaveta do meu pai.
Peguei numas das fitas de cor e enrolei à volta da minha rosa para ter brilho no meio das outras da minha mãe.
Um monte de envelopes brancos chamou a minha atenção...será que é a prenda do papá para mim?
Abri um deles com muito cuidado para ninguém notar e um aperto instalou-se no meu coração.

O papá não enviou os meus convites...

*Flashback Off*

(Saltei a parte da festa porque não achei necessário para o desenrolar da historia. Boa leitura)

- Obrigada pela festa, foi incrível! - afirmo com um sorriso depois de me sentar no lugar do passageiro do meu (novo) carro que o meu marido me ofereceu.

- Eu sei - afirma com uma gargalhada rouca e eu pouso uma das minhas mãos em cima da sua perna - E agora tu vais ser um amor porque eu ainda tenho de deitar o Den e trabalho para acabar.

- O que era de ti sem mim?! - rio e começamos a nossa viagem até casa enquanto vamos contando coisas um ao outro sobre o que aconteceu esta semana, sendo que eu fiquei no escritório e ele em casa a tratar de negócios com uns alemães.

- Eu seria igualmente um homem fabuloso e com charme senhorita - concordei com a cabeça e um sorriso saiu-me dos lábios ao ver a sua tentativa (falhada) de ser elegante - sorriso esse que o fez bater-me no braço.

- Aos dezassete anos eu vivia com o meu pai, era abusada e não tinha intenções nenhumas de estar com alguém depois do que aconteceu, muito menos pensar sequer na ideia de ter filhos. Eu nem sequer sabia quem eu era e provavelmente ficaria ali para o resto da minha vida, ou seria corrida de casa. Arranjaria um emprego que mal desse para viver e moraria com 5 cães até ao final da minha vida - conto e ele tenta ao maximo não se rir com a.minha confissão - Não faz mal, podes rir. Com isto só queria dizer que te amo imenso e eu é que não seria absolutamente nada se não te tivesse a ti.

Scream! - H.S [Em Pausa] Onde histórias criam vida. Descubra agora