Scream! - H.S [Em Pausa]

Capítulo 28

Leah:

Sinto o meu telemovel vibrar no bolso das calças e pouso a faca na bancada da cozinha. Limpo as mãos ainda com alguns restos de legumes e agarro no objeto.

Mensagem:

Loirinho - pequenina, podes encontrar-te comigo daqui a uma hora no parque? - sorri com a sua mensagem e cliquei na tecla para responder.

- Claro que sim! Vou só almoçar e arranjar-me e vou já ter contigo ;)

Loirinho: - Está bem, fica assim combinado então :) Despacha-te que eu já não aguento a chata da tua amiga - a resposta chegou escassos segundos depois e eu voltei a sorrir.

Coloquei de novo o telemóvel no bolso e apressei-me a acabar de fazer o meu almoço.

Enquanto as coisas estavam a acabar de cozinhar, resolvi ir para o meu quarto vestir-me.
Estamos quase no verão, por isso, decidi vestir uma t-shirt bordô dos Ramones, uns calções de ganga e colocar uma camisa xadrez rosa e preta na cintura para se eventualmente tiver frio depois.

Por fim, calcei umas vans pretas e coloquei alguns acessórios nos meus pulsos e dedos. O meu telemóvel voou imediatamente para a pequena mala preta que tinha ao ombro e caminhei novamente até à cozinha.

Almocei rapidamente e quando dei por mim, já estava a fechar a porta do meu apartamento. Desci as escadas e caminhei calmamente até à entrada do prédio, onde parei quando vi do meu namorado a chegar com o seu carro azul escuro.

Dei um leve sorriso e caminhei para junto da viatura quando ele fechou a porta.
Os meus lábios subrepõem-se aos dele num beijo calmo e as minhas mãos voam até ao seu pescoço.

- Já tinha saudades tuas! - afaga a minha bochecha fazendo-me sorrir - Onde é que vais? Estás muito gira - pisca-me o olho e eu coro levemente.

- Vou ao parque ter com o Niall e a Soph. Queres vir?

- Não dá mesmo amor, mas podemos encontrar-nos logo? - beija a minha testa.

- Claro - sorrio - amo-te.

- És a melhor pessoa que tenho em mim Leah. Não quero perder de forma nenhuma aquilo que temos... - olhei fixamente nos seus olhos azuis e beijei a ponta do seu nariz.

- Não vais perder - ele sorri e eu continuei o meu caminho até ao metro, chutando algumas pedras da calçada enquanto o fazia.

"Não vai perder, porque nunca te teve realmente..." - Marcelo, a minha consciencia, fala e eu bato-lhe mentalmente por dizer tal coisa.

Talvez, mas só talvez ele tenha razão...

***

Desço as pequenas escadas do metro e subo, desta vez, umas maiores até à superficie. Algumas arvores são avistadas ao longe e eu atravesso a estrada até ao outro lado.

Algumas crianças correm pela extensão de relva e vêm-se alguns pais sentados nas esplanadas a observar os seus filhos com um sorriso no rosto.

Algumas memórias assombram a minha cabeça e posso jurar que consigo ver a minha mãe ensinar-me a andar de bicicleta em Nova Iorque. Lembro-me perfeitamente de lhe implorar para não me largar e da sua mão a agarrar a minha enquanto eu pedalava, enviando-me os famosos choques de electricidade pelo meu corpo.

Juro que consigo ver a imagem dela a abraçar-me no meio de toda a gente quando eu finalmente consegui andar sem cair e de como ela disse que me amava nesse mesmo segundo.

O meu sorriso rasga ao lembrar-me destas pequenas coisas e caminho até uma pequena ponte junto de um rio. Atravesso-a e arrasto as minhas vans até ao café que combinei com o Niall durante a viajem de metro, vendo ao longe uma figura de cabelo loiro e outra de cabelo preto a discutir num canto de uma esplanada.