A Fuga

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Olá pessoal, essa história é meu primogênito rs, me acompanha há oito anos, queria dividir meu bebê com vocês, quem ler saiba que amo de paixão esses personagens e espero de coração que gostem deles tanto quanto eu, perdoem os erros u.u beijos e até :D

Não conseguia enxergar nada, seus olhos estavam cegos pelas lágrimas. Seguiam tão velozmente que ela sentia dificuldades em se equilibrar em cima daquele cavalo branco.

Tudo passava como um vulto. O breu tomava conta de tudo, mas seu medo não era da escuridão e sim de Luthiron.

Nesse pouco tempo de convivência tinha conseguido progresso com os outros, porém com ele sua situação era a mesma desde o primeiro dia.

Não tinham trocado uma palavra sequer, ele ficava sempre com o olhar soberbo à frente e nem a olhava direito. Era como se ela nem mesmo existisse. E agora contra tudo o que imaginou, estava em cima dele e contando com ele para salvar a vida.

Seus olhos azuis quando Linade tinha assobiado estavam intensos e cheios de ódio. Ela não sabia se era pela proximidade do inimigo ou porque teria que montá-lo para saírem dali.

Tentava ao máximo se segurar, estava praticamente de bruços abraçada a seu pescoço, levou um susto ao ouvir a voz firme e imperiosa.

— Lucastra segure em minha crina, vai acabar caindo da maneira como esta se segurando!

Lúcia sentiu um pequeno arrepio, não esperava que ele falasse, pelo menos não com ela, não teve coragem de segurar com mais força. Se doesse ele poderia ficar bravo e ela não saberia se teria grande coragem sem sua avó perto.

— E se doer Luthiron? Você está indo muito rápido e se eu precisar segurar firme ou puxar sem querer?

— Oras deixe de bobagem menina! É para você segurar firme mesmo, estou muito lento, preciso apertar o passo.

— Mais depressa?

Parecia impossível que algum cavalo conseguisse ir mais rápido que aquilo, porém antes que ele ficasse nervoso resolveu obedecer e segurou em sua crina meio hesitante, mas com força.

Quando Luthiron percebeu que ela estava segura acelerou o passo. Se ela estava assustada antes com a velocidade agora estava assombrada.

Tudo passava velozmente e por receio de cair ela segurou com mais força até esquecendo o medo de machucá-lo.

Praticamente uma hora se passou nesse ritmo e ele não mostrava sinal de cansaço. Permanecia na mesma velocidade.

Lúcia já sentia o corpo dormente, parecia que todo o sangue havia sumido de suas pernas estacionando em seus pés os deixando amortecidos e balançando na barriga de Luthiron como se não tivessem vida.

O dia ia clareando e ela já podia ver a paisagem passando como uma neblina turbulenta, mesmo dolorida ficou curiosa para o que estava a sua frente.

Se Luthiron diminuísse o passo um pouquinho ela poderia apreciar melhor o que via, ao invés disso subitamente ele parou.

Havia um lago muito limpo e árvores cercavam tudo, o sol começava a brilhar no céu. Teria achado lindo em outra situação, porém estava desconfiada demais para reparar na beleza do lugar. Tinha entendido claramente Linade dizer sopé da montanha.

— Não vejo nenhuma montanha Luthiron, será que estamos no lugar certo?

— Fique sossegada, sei o que estou fazendo, estamos no caminho certo, parei para você descansar as pernas e comer alguma coisa, aqui estamos seguros.

—Seguros? Mas estaremos em segurança quando estivermos nesse tal sopé da montanha, e devíamos estar abaixo de uma e não na beira desse lago.

Luthiron revirou as orelhas para vários lados em nítido sinal de falta de paciência. — Pare com essas bobagens! Se estou dizendo que aqui é seguro é porque conheço muito bem o lugar, se estaríamos em segurança lá embaixo porque não aqui em cima?

— Em cima? Como em cima?

Ele perdeu a paciência falando sem o pouquinho da calma que estava demonstrando ainda.

— Menina insolente! Desça, descarregue as coisas e me siga, vou te mostrar!

Lúcia desceu rápido pegou as sacolas e o alforje. Luthiron andou devagar em direção as árvores ela o seguiu. Por fim viu que as árvores desciam bruscamente e lá embaixo estava encoberto por uma névoa densa.

Luthiron virou sem olhá-la. Parecia chateado e ela o acompanhou envergonhada e arrependida por ter desconfiado dele, quando chegaram à beira do lago Lúcia não sabia o que dizer então começou da maneira mais correta.

— Me desculpe! Não devia ter desconfiado de você.

— Essa é sua missão Lucastra, desconfiar de todos, é assim que tem que ser feito.

— Então por que me chamou de insolente?

Luthiron a olhou feio. — Antes de desconfiar de mim, devia pelo menos descer das minhas costas não acha? Achou que eu não era de confiança, mas continuou montada em mim como se eu fosse seu burro de carga.

— Ora me desculpe! Fiquei tão apavorada que nem me lembrei disso.

— Esqueça, deve estar com fome, tem uma árvore perto do lago, vou pra lá se quiser vir também poderemos descansar um pouco.

Sem dizer palavra ela o acompanhou. Abriu o alforje, tirou um pão que Linade havia colocado e pegou o cantil.

Torceu a boca enquanto mastigava. Pão com água definitivamente não era uma boa refeição.

Olhou para Luthiron e decidiu puxar assunto, se iriam passar um tempo juntos teriam pelo menos que tentar se dar relativamente bem.

— Quanto tempo até eles chegarem lá embaixo?

— Se tudo correr bem, depois de amanhã estarão aqui.

— Você saiu à noite e chegou hoje de manhã!

— Nós estávamos sozinhos Lucastra e eu posso correr trechos em alta velocidade, já eles estão em grupo e um tem que respeitar a velocidade do outro. Ádino é forte e destemido, porém lento e pesado, e ainda tem a chance de alguns deles estar ferido.

Lúcia sentiu um frio no estômago, no mesmo instante pensou em vô Chilsto e vó Lina. — Será que meus avós estão bem?

— Não acredito que Linade se machuque tão fácil, ela é uma guerreira nata, o oráculo escolheu a melhor desse povo para protegê-la.

— E vovô Chilsto? Ele também é um guerreiro?

— Chilsto é muito corajoso, mas não é guerreiro, nasceu camponês e continuou assim. Linade veio do povo do Sul, Chilsto é humano e não tem nenhum poder.

— Quer dizer que meu avô pode ser ferido, minha vó não?

Ele suspirou. — Lucastra, deixemos que Linade converse com você, não estou aqui para lhe falar da vida ou passado deles, estou aqui para protegê-la e é o que vou fazer.

Pronto àquela conversa estava terminada. Lúcia sabia que não podia forçar, tinha que deixar as coisas acontecerem naturalmente.

Depois de comer deitou em baixo da árvore e ficou analisando Luthiron que como sempre, estava com o olhar distante.

Sua crina tão longa e seu rabo muito bem escovado dava a ele um ar imponente, sem dúvida nenhuma era o cavalo mais lindo que já tinha visto, era uma pena ser tão sério e não gostar de conversar.

Ele nem percebia que ela o olhava com atenção, estava com o olhar perdido em um ponto à frente.

Ou como desconfiava, ele sabia que ela o encarava só não dava a mínima para ela.

Lúcia fechou os olhos, ainda tentando entender como sua vida tão pacata tinha mudado drasticamente depois de mais uma reunião.

Relembrou cada passo daquele dia, tudo o que havia acontecido até o momento da fuga.

Espero que tenham gostado, e se puderem me deixem saber, essa história é imensamente importante para mim, pelo fato de que comecei a escrever com ela, e já ganhou continuação, que inclusive já está pronta, Bom é isso, espero que gostem, porque essa aqui é realmente para os amantes de fantasia, beijos e até a próxima :D



Crônicas Helenísticas- Niedra Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora