— Vamos direto ao Capitulo. Divirtam-se mocinhas, a história mal começou rs
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Sexta-feira chegou e o dia estava lindo. Saí do laboratório às 17:00h, como sempre. Estava pensando nos serviços que me aguardavam em casa e senti cansaço por antecipação. Caminhei até o ponto de ônibus e vi um amontoado de gente no bloco A. Parecia trote. Ouvi várias vozes e de repente alguém falou a palavra gringa. Senti uma coisa estranha e me misturei no meio do pessoal para ver o que seria aquilo.
Alexandra estava no meio de uma roda de rapazes que prendiam minúsculos pedaços de grafite entre os dentes. Eles queriam que ela tirasse a grafite da boca de cada um usando seus dentes.
Outros caras gritavam como bichos e umas garotas zombavam dela, que chorava, nitidamente com medo. Aquilo mexeu comigo e me encheu de ódio. Agi como que por instinto. Coloquei-me no centro da roda a seu lado.
— Chega dessa palhaçada aqui. A garota não tá a fim disso e vocês tão extrapolando!
— Ih... Quem é essa aí? Advogada dos calouros? – perguntou um dos caras.
— Dá um tempo Samantha! Vai embora! – disse um que me conhecia.
Segurei uma das mãos de Alexandra e falei em seu ouvido: — Vem comigo.
Fomos saindo da roda e um cara me pegou pelo braço com agressividade.
— Qual é vagabunda?
Desvencilhei-me com força e dei-lhe um soco certeiro no rosto que o derrubou no chão.
— Se tem alguém vagabundo aqui é você seu babaca. – olhei para todos — Acabou a palhaçada por hoje. Se vocês estiverem a fim a gente vai na sala da diretoria e joga a merda no ventilador.
Todos ficaram meio sem saber o que fazer. Continuei segurando a mão de Alexandra e a levei até o banheiro do corredor entre os blocos A,B e C. Entramos e levei-a até a pia.
— Está tudo bem agora querida. – passei água em seu rosto – Não vai acontecer nada com você. Eles são apenas uns idiotas, mas não vão te fazer nenhum mal. – permaneci olhando para ela
Alexandra lavou o próprio rosto com mais calma e me afastei. Olhei para minha mão esquerda. Estava dolorida.
— Você se arriscou por mim. Não sabe o quanto me sinto grata! – olhou-me com o rosto ainda molhado
Fiquei perturbada com aquele olhar e nossa proximidade.
— Aqui é difícil de achar papel. Deixa eu ver se... – comecei a procurar papel para poder romper a proximidade – Que sorte! Tem um rolo aqui.
Cortei um bom pedaço de papel e dei a ela.
— Obrigada!
Alexandra enxugou o rosto e começou a se arrumar diante do espelho. Ou do que sobrou do espelho. Ela vestia um vestido parecido com o que usava no dia em que a conheci, só que era verde da cor de seus olhos. Calçava sandálias de salto alto. Estava com uma mochila de um tom rosa, bem claro. Vendo-a assim parecia uma menina tão jovem, tão indefesa.
— Por que está na faculdade até uma hora dessas? As aulas da calourada acabam ao meio dia ou às três, no máximo.
— Fui para a biblioteca estudar e acabei às quatro e meia mais ou menos. Caminhei até o ponto de táxi e aqueles rapazes me tiraram de lá dizendo que eu levaria um trote. Então começaram querendo que eu tirasse pedaços de grafite de entre os dentes deles e eu não quis. Depois vieram aquelas moças e elas riam e diziam várias coisas zombando de mim.
Lembrei da imagem daquele pessoal ao redor dela e me deu muita raiva.
— Você não pode dar mole desse jeito. Tá na cara que é caloura, que é estrangeira, e vai aparecer sempre alguém pra encher o saco e te dar trote.
Ela sorriu: — Eu recebo esse tal trote quase todo dia.
— O que??
—Sim. Já fui pintada, suja com ovos, amarrada em uma corda com outros colegas e tive de pedir dinheiro nesta rua aí em frente.
— Meu Deus! O que seus pais dizem disso?
— Eles não sabem. Quando chego em casa dificilmente algum deles está.
— Olha, eu vou te acompanhar, mas você não vai ficar nesse ponto de táxi, até porque a essa hora já não fica táxi parado lá. Nós vamos pegar o ônibus circular da UFRJ e vamos descer em frente ao hospital.
"Por que eu tô me oferecendo pra ser guarda costas dessa garota?"
— Faria isso? – olhou-me sorrindo. De repente atentou para minha mão — Você machucou a mão? Deixa-me ver. – se aproximou e tomou minha mão delicadamente entre as suas. O toque de seus dedos foi bem vindo, mas perturbou-me bastante.
— Não, tá tudo bem. – retirei a mão rapidamente - Agora vamos sair daqui. – encaminhei-me para fora do banheiro. Ela veio atrás.
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É ISSO AÍ GALERINHA, <3, E Lá vamos nós... até!
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomanceProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.