Capítulo 54 "ELA É MINHA U.U"

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Dias depois, Alex convidou para assistir a um espetáculo no Municipal à noite e nós fomos. Levei vovó e ela se emocionou com o balé. Eu até que gostei, mas não me senti muito à vontade no começo por causa de minhas roupas, mas no Rio é tudo muito engraçado. Ao ponto que você encontra alguém trajado finamente pode aparecer um outro do lado de calça jeans e camiseta. Ao final, compramos pipoca e ficamos de papo no Verdinho da Cinelândia.

— Gente, eu tive uma idéia. Quando eu já tiver trabalhando e tirar minhas primeiras férias vamos pra Bahia rever a fazenda e os lugares onde a senhora viveu, vó?

— Ah, minha filha, eu não sei se vou tá viva até lá.

— Que é isso dona Eleonora? Estará viva e com saúde. E iremos nós três para a Bahia.

— Eu vou combinar minhas férias com as suas na faculdade, minha linda, e nós iremos. Vamos de avião vó!

— Eu de avião? Não tenho coragem.

— Mas uma mulher que cruzou o Atlântico de barco tem medo de andar de avião? É muito mais rápido e seguro. Vó, o morro onde a gente vive é mais perigoso que qualquer viagem aérea.

— Vamos dona Eleonora...

— Se Deus quiser que eu vá, eu vou.

— E Ele há de querer vó.

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Em meados do mês, o pessoal do vôlei do posto 6 marcamos um circuito de três dias de jogos acirrados. Eu estava participando, até para aliviar o estresse e Alex ia assistir sempre. Milagrosamente vovó assistiu a um deles, mas disse que não tinha coração para aquilo. As partidas eram realmente muito disputadas e o pessoal se envolvia de verdade. O sábado ia quase todo embora com cinco ou seis jogos em um único dia. A última bateria coincidiu com o último sábado do mês, e Alex e eu havíamos combinado de fazer um programa noturno.

— E aí, como é que tá o páreo? – perguntei a Celso, o juiz das partidas.

— Bem, com essa sequência de agora ficou assim: feminino tem você e a Cris na frente, pra se pegar com Sandra e Nara, e misto tem você e Paulo contra Jorge e Salete. Masculino, sem disputar, já é vitória de Diogo e Rômulo. O jogo deles vai ser só pra constar.

— Eu vou jogar a toalha gente. Salete não quer mais jogar. – Jorge passava uma toalha no rosto.

— Por que Salete? – perguntou Alex.

— Ah não, o Jorge é muito chato. Eu nem sei como aturei ele até aqui. Agora começa a finalzona e qualquer errinho ele vai me encher o saco. – fechou uma das mãos e bateu com a outra em cima fazendo sinais.

— Então começa o masculino pra Diogo e Rômulo se distraírem e depois vem o feminino. Até lá dá tempo pra Salete se decidir. – disse Cristiane.

— Dá pra ser rapaziada? – perguntou Celso.

— Demorou! – respondeu Diogo

O jogo começou e acabou em um estalo. Diogo e Rômulo detonaram Rodrigo e Júnior. Depois Cris e eu começamos e ganhamos Sandra e Nara sem aperto. Alex já havia até desenvolvido uma coreografia para quando marcávamos pontos.

— E aí Salete, vai ou não vai? – perguntei.

— Eu devia ter escolhido o Diogo ou o Rômulo como dupla. – comentou.

— A gente escolheu Sandra e Nara e elas morreram na praia... Vivendo e aprendendo gatinha. Da próxima vez fico contigo! – respondeu Rômulo.

— Ah, que gracinha... – Nara caiu na pilha.

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