Dias depois, Alex convidou para assistir a um espetáculo no Municipal à noite e nós fomos. Levei vovó e ela se emocionou com o balé. Eu até que gostei, mas não me senti muito à vontade no começo por causa de minhas roupas, mas no Rio é tudo muito engraçado. Ao ponto que você encontra alguém trajado finamente pode aparecer um outro do lado de calça jeans e camiseta. Ao final, compramos pipoca e ficamos de papo no Verdinho da Cinelândia.
— Gente, eu tive uma idéia. Quando eu já tiver trabalhando e tirar minhas primeiras férias vamos pra Bahia rever a fazenda e os lugares onde a senhora viveu, vó?
— Ah, minha filha, eu não sei se vou tá viva até lá.
— Que é isso dona Eleonora? Estará viva e com saúde. E iremos nós três para a Bahia.
— Eu vou combinar minhas férias com as suas na faculdade, minha linda, e nós iremos. Vamos de avião vó!
— Eu de avião? Não tenho coragem.
— Mas uma mulher que cruzou o Atlântico de barco tem medo de andar de avião? É muito mais rápido e seguro. Vó, o morro onde a gente vive é mais perigoso que qualquer viagem aérea.
— Vamos dona Eleonora...
— Se Deus quiser que eu vá, eu vou.
— E Ele há de querer vó.
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Em meados do mês, o pessoal do vôlei do posto 6 marcamos um circuito de três dias de jogos acirrados. Eu estava participando, até para aliviar o estresse e Alex ia assistir sempre. Milagrosamente vovó assistiu a um deles, mas disse que não tinha coração para aquilo. As partidas eram realmente muito disputadas e o pessoal se envolvia de verdade. O sábado ia quase todo embora com cinco ou seis jogos em um único dia. A última bateria coincidiu com o último sábado do mês, e Alex e eu havíamos combinado de fazer um programa noturno.
— E aí, como é que tá o páreo? – perguntei a Celso, o juiz das partidas.
— Bem, com essa sequência de agora ficou assim: feminino tem você e a Cris na frente, pra se pegar com Sandra e Nara, e misto tem você e Paulo contra Jorge e Salete. Masculino, sem disputar, já é vitória de Diogo e Rômulo. O jogo deles vai ser só pra constar.
— Eu vou jogar a toalha gente. Salete não quer mais jogar. – Jorge passava uma toalha no rosto.
— Por que Salete? – perguntou Alex.
— Ah não, o Jorge é muito chato. Eu nem sei como aturei ele até aqui. Agora começa a finalzona e qualquer errinho ele vai me encher o saco. – fechou uma das mãos e bateu com a outra em cima fazendo sinais.
— Então começa o masculino pra Diogo e Rômulo se distraírem e depois vem o feminino. Até lá dá tempo pra Salete se decidir. – disse Cristiane.
— Dá pra ser rapaziada? – perguntou Celso.
— Demorou! – respondeu Diogo
O jogo começou e acabou em um estalo. Diogo e Rômulo detonaram Rodrigo e Júnior. Depois Cris e eu começamos e ganhamos Sandra e Nara sem aperto. Alex já havia até desenvolvido uma coreografia para quando marcávamos pontos.
— E aí Salete, vai ou não vai? – perguntei.
— Eu devia ter escolhido o Diogo ou o Rômulo como dupla. – comentou.
— A gente escolheu Sandra e Nara e elas morreram na praia... Vivendo e aprendendo gatinha. Da próxima vez fico contigo! – respondeu Rômulo.
— Ah, que gracinha... – Nara caiu na pilha.
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomanceProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.