Continuamos a fazer amor, dessa vez na cama, e deixei a TV ligada no máximo volume. Por volta das nove da noite ainda nos explorávamos sob os lençóis quando ouvimos batidas na porta. Alex imediatamente corou e disse ofegante:
- Sammy, somebody is... knocking on the door... – empurrou-me delicadamente para se afastar de mim.
- Ah, linda, não pára não que eu to doidona... – inverti as posições e me deitei sobre ela – Vem cá minha gostosa, não pára não... – beijei seus lábios com volúpia.
As batidas se repetiram mais fortes.
- Hum... – interrompeu o beijo – I can't Sammy, please. – empurrou-me e se afastou enrolando o corpo com os lençóis – I can't... – respirou fundo – I can't do it... – respirou fundo novamente – I can't relax that way. – abraçou-se a um travesseiro.
E as batidas continuavam.
- Ai, que diabo! – passei a mão nos cabelos e me levantei da cama – Deixa eu ver quem é essa praga que não pára de bater na porta e ainda cortou meu barato. – fui para o banheiro e voltei enrolada em uma toalha
"Sacanagem, e eu tava quase chegando lá!"
- Atenderá assim? – Alex perguntou assustada.
- Eu vou – andei até a porta – e pronta pra esganar! – franzi o cenho.
E mais batidas.
- Ai... – abri a porta com a cara mais feia do mundo – O que foi? – meu tom era bastante antipático.
A moça que nos recebeu na recepção, a mesma que teve medo de nós, estatelou quando me viu, ficando rígida como uma viga de concreto.
- E aí? O quê que há? – cruzei os braços.
- É... desculpe mas... – tossiu – a senhora... bem... é que... – coçou a cabeça – sua TV está alta demais e os outros hóspedes já reclamaram... – esfregou as mãos – eu deixei passar as horas, mas agora... – sorriu sem graça - são nove horas e... talvez a senhora possa abaixar o volume da TV...
- Que eu saiba o horário de silêncio é a partir das DEZ da noite. - respondi seriamente descruzando os braços – E esses outros hóspedes vêm pra cá pra querer sossego? Por que não foram pra São Lourenço? Pra Poços de Caldas? Esses lugares é que são pra sossegar!
- Mas senhora, é que as pessoas querem descansar dos passeios e a senhora há de convir que sua TV está alta demais...
- Nada disso seria necessário se a obra daqui tivesse sido conduzida por alguém com mais inteligência e menos pão durice pra manter o mínimo de privacidade acústica nos quartos!
- Como??? – fez uma expressão de dúvida.
De repente ouvi a TV ser desligada. Alex veio por trás de mim, apresentado somente o rosto e parte do tórax, e disse:
- Tudo bem, resolvido o problema.
A mulher pareceu se apavorar ainda mais, agradeceu e se foi. Alex voltou para a cama, ainda enrolada no lençol, e eu joguei a toalha na cadeira e disse:
- Amor, isso é um absurdo! Não estamos na hora do silêncio.
- Ah não Sammy! Estou morta de vergonha! – caminhou até o banheiro – Vou tomar um banho, comer alguma coisinha e dormir.
- Mas linda... E a gente fica assim? Parando no meio? – abri os braços e fiz expressão de inconformada.
- Perdi o clima Sammy. – entrou no banheiro.
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomansaProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.