(→ܫ◕ฺ人◕ฺฺܫ◕ฺ)
Olá, como estão?
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Era meado de novembro. Neste ano não houve greve e as aulas terminariam tranquilamente no mês seguinte. Eu estava no final do oitavo período. Alex no final do quarto. Ela encerrava o ciclo básico com notas muito boas e duvidava que fosse reprovar qualquer matéria. Ela nunca repetia. Decidiu-se por engenharia civil também e às vezes me perguntava se havia influenciado nisso; mesmo sem ter intenção.
Soninha estava bem na engenharia de produção, Aline terminando o primeiro período da elétrica e Taís sem previsão de deixar o ciclo básico. Vovó e eu continuávamos indo bem. Uma de suas duas patroas havia morrido e por conta disso ela agora só trabalhava para dona Maria. Até melhor, menos esforço para ela, pena também que menos dinheiro. Mas eu ajudava e não passaríamos fome, isso não!
Havia acontecido a eleição para presidente e Taís e eu participamos de muitas passeadas contra FHC mas não deu jeito; o homem venceu. O plano Real lavou a mente do povo. Alex concordava com nossa postura política, mas os pais eram totalmente a favor do novo presidente que acabava de vencer. Aline e a mãe também, enquanto Soninha apenas rezava para que "Deus desse um jeitinho nas urnas".
Em uma bela tarde Alex e eu estávamos na minha cama no beliche. Era domingo, minha avó havia ido para a Feira da Providência à convite de seu Neneco e a capoeira não aconteceu por conta de um acidente com mestre Tião. Estávamos em um amasso daqueles, eu deitada sobre ela, entre suas pernas, que me envolviam. Coloquei a mão por debaixo de seu vestido e ela retirou-a do lugar. Tentei desabotoar a parte da frente, na altura do busto e ela não deixou.
Apertei seu seio enquanto mordia seu pescoço.
— Not that way my love... – me disse como em um sussuro.
— Alex não joga duro assim comigo, vai... – beijei seu colo – Eu tô que não me aguento...
Ela começou a se remexer e saiu debaixo de mim levantando-se rapidamente. Fiquei sentada na cama, respirei fundo e passei a mão nos cabelos.
— Você vai acabar me matando sabia?
— You... – endireitou a roupa, respirou fundo e continuou — Don't... Você tem tanto... fogo!
Levantei da cama.
— Já tem mais de um ano que a gente tá junta!
— Um ano, dois meses e quinze dias. Acha que eu não sei?
Cheguei mais perto.
— Linda, já tá em tempo da gente começar a ter mais intimidade. Nem tocar em você direito eu posso! E você parece que nem tem coragem de me tocar da mesma forma, embora eu não te proíba.
— Samantha, eu não me sinto pronta! – sentou-se na cama — Você disse que não me pressionaria...
— Não é pressão! – sentei-me a seu lado — É que... eu te quero muito.
Levantou-se novamente e foi até a janela. Ficou mexendo nas rendas da cortina.
Levantei-me, abracei-a por trás e beijei sua nuca.
— Medo de que?? Você me ama?
— Sabe que sim.
— E não confia no meu amor?
— Não ainda...
— Por que????
— Você nem nunca me disse que me ama! Além do mais noto que muitas vezes quando estamos juntas na rua você tem umas atitudes como se quisesse dizer aos outros: "olha gente, pode até parecer mas eu não estou com ela. É só amizade!" Também percebo que paquera os homens, mesmo tentando disfarçar. Já surpreendi, inclusive, uns olhares furtivos entre aquela garota lá do Burguesão e você quando vamos comprar meu almoço.
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomanceProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.