Voltamos para a casa e vó Dorte tocava piano. Ela certamente estranhou nossa demora, mas nada comentou. Alex se uniu a ela na música, mas levou longo tempo corada. Henry disse que partiria dentro de dois dias, mas deixaria Mirayn descer para Londres conosco. Mais tarde subimos e arrumamos as malas. Vó Dorte queria sair logo cedo no dia seguinte. Bryan não incomodou mais, mas até hoje quando lembro de sua cara debochada tenho vontade de socá-la.
Após muita conversa e longas despedidas partimos da fazenda. Detive meu olhar em sua direção até que me sumisse da visão, e a última coisa que vi foi a árvore. Eu adorava ficar vendo a dança das pequenas luzes pela janela do quarto que nos deram.
Mirayn vinha dormindo e Alex e vó Dorte conversavam em voz baixa. Eu vinha calada, apenas apreciando a paisagem e pensando na vida. Chegamos em Londres às 9:30h e só então pude ver a cidade, que estava lindamente decorada para o natal. Vó Dorte morava perto da elegante St James Street, em uma travessa onde se encontravam casas de uma seleta habitação. A dela parecia um pequeno prédio de dois andares, com espaço de sobra no interior. Tinha cinco quartos, uma enorme sala, cozinha, dois banheiros e um jardim ao fundo. Alex e eu ganhamos o mesmo quarto, e Mirayn um outro. A decoração era toda em motivos de Marinha e navais, obviamente influência do falecido marido.
— Meninas, se querem conhecer Londres preparem as pernas pois nós iremos andar. Nesta época do ano dirigir se torna insuportável e nós usaremos o transporte púbico além das próprias pernas.
Andamos até a estação Green Park e compramos tíquetes para o dia inteiro em três zonas da cidade. Descemos na estação Westminster e passamos pelo famoso Parlamento, onde fica o Big Ben, pela St Margaret's Church e paramos para visitar a Abadia de Westminter. Adorei o lugar pela arquitetura e história contidas em seu interior. Perto da saída, há uma espécie de oratório, onde muitas velas são acesas em homenagem aos mortos, e acendi uma dedicada a minha avó;
Alex fez o mesmo. Caminhamos pela WhiteHall até a Trafalgar Square, onde visitamos a National Gallery. Não tivemos fome e só lanchamos. Pegamos o metrô na Leceister Square e descemos na Tower Hill. Visitamos a Torre de Londres e Mirayn e eu ficamos impressionadas. Compramos mais um monte de filmes fotográficos. Atravessamos a TowerBridge e fizemos uma longa caminhada pelo Thames Footpath, com direito a paradas para pequenos lanchinhos e conversas animadas. Eu estava me sentindo como criança visitando aqueles lugares tão famosos nos livros de história. Fomos para a estação Blackfriars e descemos na Temple, para subir no alto de um monumento com uns 200 degraus. Este monumento homenageia os mortos do grande incêndio de 1666. Vó Dorte ficou nos esperando lá embaixo. A visão que se tem do topo dá uma boa idéia da cidade. Voltamos para a estação Temple e descemos na Convent Garden, um lugar cheio de turistas, cafés a céu aberto, lojas elegantes e artistas de rua. A vida parece que fervilha naquele lugar e se vê de tudo um pouco. Fomos para o Lamb and Flag, um dos mais antigos pubs da cidade e saímos de lá quase à meia noite. Então pegamos um táxi para casa.
— Ainda bem que ninguém veio me perguntar a idade de vocês, senão teria de mentir por Mirayn. Acho que meu rosto de senhora responsável convenceu os mais distraídos.
— Você tem muita energia vó Dorte. Adorei o dia de hoje. E para amanhã? Temos programação? – perguntei.
— Claro! Amanhã acordaremos cedo e passearemos pelo Hyde Park e em Kensington Gardens. Depois iremos para o Green Park e vocês verão a troca das chaves no Palácio de Buckinghan. Iremos no Museu de Cera da Madame Tussaud, e havendo tempo, no Museu Britânico. E à noite circularemos pela Piccadilly Circus e depois na Oxford Street. Depois de amanhã quero levá-las a Greenwich e no dia 30 para Richmond Park e Kew Gardens. Não é neste dia que seu pai virá buscá-la querida?
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomanceProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.