Capítulo 3 "ACORDO"

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Olá, Bem vindos novamente. Espero que estejam gostando.

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Às cinco da tarde saí do laboratório pensando que a tal inglesa não veio me procurar. Andei em direção ao ponto de ônibus e de repente ouvi alguém me chamar timidamente:

—Samantha?

A voz era delicada e bonita, com um leve sotaque diferente. "Deve ser a tal", pensei. Virei-me em sua direção e vislumbrei uma linda jovem parada próxima à parede, usando um vestidinho de seda amarelo claro e abraçada a um fichário rosa. Era bem mais baixa que eu, branca, loura com os cabelos na altura dos ombros, e dona dos mais lindos olhos verdes que já vi em toda vida.

Nossos olhares se encontraram e parecia que havia algo que nos imantava uma a outra. Uma familiaridade estranha entre nós, traduzida por uma sensação de felicidade, como quando pessoas amigas se reencontram após longos anos. Caminhei em sua direção, sem desviar o olhar, e parei bem perto a ela. Pensei no que falar mas, não sabia o quê; me vi enfeitiçada.

— Hã... Eu... – pigarreei - Sou eu sim. E você deve ser a garota que quer aulas particulares de cálculo 1. Certo? – continuei encarando. Ficamos mudas e nos olhando por um tempo que não sei precisar o quanto durou, até que ela desviou o olhar e se afastou um pouco.

— Sim. Meu nome é Alexandra Flatcher. – estendeu a mão direita

Achei engraçado que ela se apresentasse com nome e sobrenome. Fiz o mesmo.

— Samantha D'Ávila do Amaral. Prazer. – apertei sua mão.

"Tão macia. Como mãos de criança!"

— Igualmente. – soltamos as mãos

— O que posso fazer por você Alexandra?

— Eu... Bem, eu nunca fui muito forte em matemática, embora tenha escolhido justo um curso de engenharia... – sorriu envergonhada — O cálculo 1 me apavora antes mesmo de eu começar a vê-lo e sei o peso que esta matéria tem. Pensei em tomar aulas particulares e então Taís e dona Ceci falaram-me sobre você. – sua fala era suave e ela não se atrevia a me encarar por mais que poucos instantes

"Não parece com uma patricinha!"

—  O que você espera dessas aulas?

— Gostaria que você estudasse a matéria dada durante a semana comigo e me ajudasse com os exercícios.

— Já faz um tempo que eu não dou aula de cálculo 1 especificamente. Para mim seria uma revisão também. Quantos dias por semana pensa em estudar?

— Penso nos sábados... all day long. Oh, desculpe-me! – pôs a mão sobre o rosto – Às vezes cometo essas indelicadezas...

— Nada de mais! Você até fala um português perfeito e bem pronunciado; melhor que muito brasileiro. – sorri e passei a mão nos cabelos. Notei que ela prestou atenção nesse gesto.

— Eu ofereço um salário mínimo por aula, almoço na minha casa e pago a gasolina do seu carro ou as suas passagens. – mordeu o lábio inferior em atitude de ansiedade.

"Essa garota tem noção do que fala?"

— Tudo isso?? É muita coisa!

Ri com espanto.

— Seus pais sabem que você tá me oferecendo isso? Um salário por aula, passagem de ônibus de ida e volta, e mais almoço na sua casa?– coloquei as mãos na cintura. – Se em um mês houver quatro sábados eu vou ganhar quatro salários!

— Eu cuido de meu próprio dinheiro e sou livre para oferecer o que achar correto. Não se preocupe com isso. Você só precisa dizer se aceita ou não.

Senti uma certa arrogância em sua voz e isso me incomodou.

"Que patricinha besta! Tá bom eu vou aceitar essa pela grana"

— Tudo bem! Quando quer começar? – perguntei secamente

— Pode ser no próximo sábado? – senti que sua voz suavizou novamente

— Claro. Me dá seu endereço. E que horas chego em sua casa?

— Pode ser às 9:00h? – perguntou timidamente enquanto escrevia o endereço em uma folha do fichário.

— Pode. – peguei o papel - Bem, eu acho que já resolvemos tudo e agora eu tenho que ir. – comecei a me afastar – Tchau!

— Espere!

Olhei para ela novamente.

— Onde mora? Estou de carro e o motorista pode conduzi-la sem problemas.

"Motorista??? Digo pra essa tetéia que moro no morro? Será que ela desfaz o negócio se souber?"

— Não se preocupe com isso! – dei as costas e fui embora

Continuei andando em direção ao ponto de ônibus e senti um misto de sentimentos contraditórios. Alegria pela grana que iria ganhar, raiva pelo orgulho que senti na voz da garota e ao mesmo tempo um espanto pela forma como sei que ela mexeu comigo. Achei-a linda e... Por que me comportei como que abobalhada diante dela? Não sei, não entendi.

"Ah Samantha. Você tem mais o que pensar pra perder tempo com aquela baixinha!"

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Olá moças e rapazes, <3 Gostando?


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