Capítulo 27 "PALAVRAS"

549 28 0
                                    

Chegamos até o carro e fiquei boba. Que máquina! Não conhecia aquele modelo. André saiu de dentro e nos abriu as portas. Estava de terno e gravata e usando luvas.

— Boa tarde senhoritas! – curvou a cabeça

— Boa tarde. – respondi.

— Boa tarde André. Guie para casa, por favor.

André ligou o carro e partimos.

— A gente vem sentada aqui atrás?

— Sim. Mamãe não quer que eu ou nossos amigos nos sentemos ao lado motorista. E André faz tudo exatamente como ela manda.

"Às vezes eu acho que sua mãe dá uns pegas nesse motorista... O que aliás mostra que ela não tem mal gosto, de todo."

— E você Samantha? Como foi sua semana de provas?

— Ciclo profissional não tem semana de provas. Elas são dispersas. Mas já acabou tudo e eu passei bem. Agora venho só por causa do laboratório.

— Como é o seu trabalho lá?

— Trabalho na área de estruturas e estudo o uso do aço ao invés do concreto na construção civil...

Conversamos sobre meu trabalho e Alex pareceu se interessar muito. André nos deixou no prédio e ela o dispensou, mesmo com sua insistência de me esperar para me levar em casa. "Ah meu filho, se você chegar comigo no pé do morro com esse carrão e vestido desse jeito a malandragem não vai perdoar nem essa luvinha que você tá usando!"

Entramos no apartamento e Alex me ofereceu um monte de coisas que não aceitei; inclusive jantar.

— Minha avó preparou comida pra mim, linda. Não posso jantar aqui. Agradeço, e fique à vontade. Vai lá se servir, eu te espero.

Alex ficou meio sem graça pediu licença para se trocar. Fiquei na sala e antes que ela sumisse de minha visão chamei: — Alex.

— Sim?

Caminhei para perto dela:— Você ficou ainda mais linda com esse visual novo. O cabelo curto caiu muito bem. Ficou mais sexy, mais charmosa. – passei a mão em seus cabelos – Meio asa delta meio repicado. Excelente. – cheirei seu pescoço e ela se arrepiou

Beijei-lhe o pescoço e abracei sua cintura colando seu corpo no meu. Beijei seu lábios e ela parecia relutante. Insisti com o beijo e ela se rendeu, envolvendo meu pescoço se entregando ao que sentia, até que a falta de ar nos freou.

Ela abaixou os olhos e corou:— Você elogiou o cabelo de mamãe e aí eu cortei os meus... Agora deixa eu me trocar e fazer as coisas rápido. Temos que conversar.

— Vai lá.

Alex saiu apressada e eu me sentei no sofá.

"Mas e agora? A gente vai conversar sobre o que? Sobre nós? O que será que ela quer?"

Depois de um tempo Alex voltou e estava com um conjunto de moletom justinho no corpo e calçando chinelos, com salto. Aliás, salto e batom eram coisas que ela não dispensava. Ela caminhou um pouco pela sala e parou perto da mesa.

— Eu tenho pensando muito sobre nós. Minha cabeça anda confusa.

— E?

— Acho que devemos parar com isso. Nós ficamos... juntas... e depois você vai embora e tudo fica como se não houvesse coisa alguma... E aí nós nos encontramos de novo e ficamos juntas de novo...– cruzou os braços — Isso não nos levará a lugar algum. – olhou para mim.

TUDO MUDA, TUDO PASSAOnde histórias criam vida. Descubra agora