Capítulo 6 "SENSAÇÕES"

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Oláaa :) Como estamos? Bem?

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E lá estava eu na hora marcada em frente ao prédio luxuoso. O porteiro logo me abriu a portaria informando:

—  A senhorita Alexandra interfonou me dizendo que a senhora chegaria por este horário e poderia subir direto. É a cobertura, pode subir.

Olhou-me de cima à baixo. Olhei-o de cima à baixo também:

— Obrigada!

Entrei no elevador e levei um susto com uma gravação que dizia um monte coisas. Aliás, o elevador era revestido com mármore branco e marrom, adornado com frisos dourados e espelhos. "Que coisa!" Desci na cobertura e estranhei o corredor pequeno. Havia três belas portas de madeira todas com olho mágico. "Qual será a dela?" De repente uma delas se abriu e uma mulher uniformizada como estas empregadas de novela da Globo me recebeu: — Bom dia. – sorriu — A senhorita deve ser a professora. A senhorita Alexandra a espera na biblioteca.

"Odeio que me chamem de senhorita!"— Bom dia. – sorri também —E onde fica a biblioteca? – perguntei sem graça parada na porta

- Eu levo a senhora. E por favor entre. – me deu passagem.

Entrei e choquei com o que vi. Só a sala já era maior que meu barraco inteiro. Os móveis- pareciam ter saído direto dos filmes europeus que retratam a Idade Moderna, com todo aquele - rococó típico do século XVIII; mas o bom gosto era inegável. Nas paredes, réplicas ou originais, não sei, de quadros de pintores europeus ilustres. Decorando a casa, vasos de porcelana, cristais e artesanato que me parecia vir de diversas partes do mundo, mas tudo muito bem harmonizado com o contexto. As janelas eram imensas e mostravam uma bela vista do Rio. Seguimos por um corredor comprido e chegamos a um cômodo afastado. Nesse momento Alexandra apareceu na porta com um belo sorriso.

— Bom dia!

— Bom dia!

— Obrigado Dolores. – balançou a cabeça

— Não há de quê senhorita.

— Obrigado também.

— Fique à vontade e qualquer coisa estou na cozinha. – sorriu e retirou-se a passos apressados. Olhei para Alexandra novamente e ela estava linda. Usava um vestido branco de rendas e, como sempre, de salto alto. Eu estava bem mais simples, vestindo uma saia jeans com as bordas desfiadas e um top azul. Calçava sandália baixa.

— Entre.

A biblioteca também era grande. Havia uma estante de madeira, cheia de livros, com detalhes esculpidos à mão, uma grande mesa onde ela já estava estudando e duas poltronas encostadas nas paredes, que foram pintadas em azul claro. Vi um relógio cuco de madeira, como só havia visto em filmes, e uma escultura perto da janela.

— Bonito! Não é O Pensador, de Rodin?

— Você gosta? Mamãe comprou em Paris, Museu d'Orsay.

"Ah! Aqui pertinho! Será que o 485 passa lá?" — Você vai sair Alex?

— No! E a aula?

— Está toda produzida assim só para ficar em casa estudando?

— Produzida??

— É. Bem arrumada, fashion.

— Ah! – ela riu — Eu adoro vestidos e saltos altos...eu sou baixa e não gosto que fique tão evidente. Ainda assim sou mais baixa que você, veja!

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