Pouco tempo depois Alex voltou para casa e seus pais cumpriram a promessa. Agiam como se de nada soubessem e como se nada houvesse acontecido. Apenas, como eu suspeitava, Jack passou a apresentar vários rapazes a filha, mas em vão. Não nego que tinha ciúmes, mas me controlava.
As coisas foram indo na mesma. Notei que, no fim das contas, havia perdido alguns colegas na faculdade, além das Feiticeiras, o que me entristeceu. As pessoas são preconceituosas e isso dói. Alguns caras jogavam umas indiretas, do tipo de querer sair com nós duas, mas nenhum foi direto ao assunto, e daí eu fingia não entender. Incrível como os homens não respeitam nem o fato de uma mulher se apaixonar por outra.
Rogério e uns caras sujaram o carro de Alex com estrume, e foi o que se limitaram a fazer. Ela me proibiu de revidar de qualquer forma que fosse. Escreveram bobagens em portas de banheiro, mas fingimos não reparar. Eu andava trabalhando como louca para concluir meu projeto de formatura, e ao mesmo tempo mandava currículos para vários lugares. Não havia perspectivas de um bom concurso público na minha área, e me concentrei na iniciativa privada.
Estávamos no começo de outubro e eu havia gasto boa parte de setembro em canteiros de obras. Consegui, inclusive, informações suficientes para submeter meu projeto para o concurso da siderúrgica. Alex reclamava que eu dava pouca atenção a ela, mas eu queria que ao final de tudo uma boa chance aparecesse e nós pudéssemos montar nossa vida juntas.
Vovó e eu nos descobríamos mais amigas a cada dia. Ela rezava todas as noites para que eu conseguisse um bom emprego. Com o dinheiro de uma das consultorias comprei uma TV nova para ela, e com controle remoto. Ficou toda prosa! Ainda reservei um hotel legalzinho para ela se hospedar e passar o final de semana em Petrópolis. Dona Maria se empolgou com a idéia e decidiu ir junto; daí dividiria a despesa comigo. Dei ainda um dinheiro para que comprasse roupas na rua Teresa.
Era o primeiro sábado do mês e eu sabia que Alex estaria sozinha em casa desde cedo. Comprei um imenso buquê de flores e fui para seu apartamento sem avisar por volta das nove. Eu havia acabado de chegar da rodoviária, pois era o dia da ida de vovó para Petrópolis. Alex me recebeu fazendo charminho. Vestia um belo conjuntinho de saia e blusa.
— Não sabia que ainda se lembrava de mim. – disse encostada na porta.
Encostei-me na porta também e aproximei meu rosto do dela.
— Só lembro de você quando respiro.
Sorriu.
— Então não tem respirado muito ultimamente. – entrou em casa.
Entrei também e fechei a porta. Abracei-a por trás e coloquei o buquê a sua frente.
— Não gostou minha linda? Achei que essas flores estavam implorando para serem dadas a você.
— São lindas. – segurou-as — O que significam?
Abracei-a pela cintura.
— Que eu te amo e se me afastei é porque ando trabalhando muito pensando em arrumar nossa vida de uma vez por todas. – beijei seu pescoço — Mas eu te ligo sempre e busco saber de você como está, do que anda fazendo... Acredite, eu não te esqueço. Nem se eu quisesse. – beijei seu pescoço e acariciei seus seios, sua barriga, seu sexo. Alex fechou os olhos e soltou um gemido, mas se recompôs e se afastou de mim.
— Vou colocar as flores em um jarro. – sumiu pela casa.
Além do buquê havia trazido minha mochila com algumas coisas. Eu usava um vestido azul de seda. Vovó ganhou o tecido de dona Maria e havia acabado de costurá-lo para mim a menos de um dia. Alex voltou e reparou nessa roupa.
— Adorei seu vestido. Ficou muito bem em você.
— Vovó que fez. – aproximei-me dela — Zangada comigo? – abracei-a.
— Fico chateada com você tão distante. – começou a mexer no pingente do meu cordão — Nós nem almoçamos mais juntas...
— Tenho andado muito em obras e como pelos canteiros mesmo. E acredite, a comida não é nada maneira. – beijei-a na testa — Nem mais tô dando aula direito, não jogo vôlei e capoeira há um tempinho. Tô ralando mesmo querida, até nos finais de semana. Mas hoje eu não vou trabalhar e nem amanhã e nem segunda. Nesses três dias estarei toda a sua disposição.
— Ah, é? – envolveu meu pescoço com os braços.
— É. E aliás você será seqüestrada hoje. A partir de agora.
— Serei? E o que isso quer dizer? – perguntou sorrindo.
— Quer dizer que você precisa fazer sua mala pensando em voltar só na segunda à noite. Não é a toa que eu trouxe essa mochila que tá ali no chão. – apontei-a.
— Mas amor, como é isso? Para onde vamos? E eu tenho aula na segunda e você tem que trabalhar...
— Eu já falei com o professor que precisaria da segunda e ele nem reclamou justamente porque eu tenho trabalhado como escrava. E você vai ser irresponsável uma vez na vida e vai matar aula. E para onde vamos? Surpresa. Só vamos precisar do seu carro, mas a gasolina é por minha conta.
Alex me olhou espantada e riu um pouco. Sem dizer coisa alguma saiu pulando em direção ao quarto como uma criança que sabe que vai sair para brincar. Fui até seu quarto e ela estava sem saber por onde começar. A mala cor de rosa aberta sobre a cama enquanto ela olhava para dentro do armário, com todas as portas abertas.
— Amor, o que eu levo? Eu nem sei para onde vou! – virou-se em minha direção
— Roupas leves e confortáveis, além de um ou dois casaquinhos no caso de sentir frio à noite. Uma roupa mais produzidinha pra sair de noite, e aquela camisola transparente que eu adoro.
Sorriu mordendo os lábios e retornou o olhar para o armário.
— Comprei algo que acho que vai gostar...
— Então leva. Nem me diz o que é porque gosto de surpresas. Boas, quer dizer.- reparei que as flores estavam na sua mesa de cabeceira — Ficou bem pôr as flores ali.
— Também achei. – olhou para o jarro — Ah, amor, quer que eu leve nosso brinquedo?
— Leva tudo que você quiser que seja usado. – abracei-a pela cintura — Sabe que eu ainda nem falei com você direito? – beijei-a nos lábios e levei-a até a cama. Deitei-a perto da mala e começamos um amasso delicioso. Beijava seu pescoço quando ela disse:
— Sammy, you don't want me get ready, do you?
Levantei a cabeça e olhei em seus olhos.
— Que acha da gente tomar um banho agora e depois você arruma a mala?
- You are very dangerous Sammy.. and.I can't help... – deslizou os dedos até meus seios
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BLEEHH KKK ATÉ :-*
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TUDO MUDA, TUDO PASSA
RomanceProntos(as) pra conhecer um AMOR que ultrapassou barreiras? Leia até o fim. Sem julgamentos.