Ela abraça diferente.

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Pov Júlia

- E o que eu faço? Vai puta, me diz!

- Sei lá, Marina. Oi Lu. – acenei pra Luciana, recebendo uma piscadinha e um sorriso de volta. Sim, tô de rolo com ela, e daí? É, terceira semana de aula, parada não dá pra ficar, só acho.

- Me ouve, mano, tá difícil.

- Eu acho que você tem que pensar direitinho no que quer. Realmente desperdiçar seu tempo pensando nisso. Você quer ou não quer?

- Eu quero, né.

- Então, pensa na possibilidade de se comprometer. – fomos interrompidas pela Isabela, que me abraçou. Abracei-a de volta e dei um beijinho em seu pescoço. – Bom dia, Bela. – falei pra só ela ouvir.

- Eca. – a Marina disse isso, provavelmente pensando na possibilidade de se comprometer como eu havia dito.

- Deixa de ciúme, Marina. – Isabela se pronunciou, dando um beijo no canto da minha boca e rindo travessa. Awn, essa carinha dela é fofa. – Bom dia Juju. – ela passou o braço pela minha cintura, deixei só pra ela sentir que eu era dela por um segundo.

E sim, peguei a Isabela. E daí, também? Eu tenho necessidades, não estou comprometida, e não devo satisfações. Então é isso que tenho que fazer.

- Você se acha, não é? Cai fora, anã de jardim. – Mari falou, segurei o riso.

- Eu hein, que agressiva. Tchau Ju. – ela deu um aperto na minha cintura, abracei-a de lado, depois larguei e ela continuou o caminho.

- Eu não sou agressiva com tuas negas, Marina.

- Ih, foi mal. É que eu acho ela muito irritante.

- Só porque ela tava namorando quando você deu em cima dela e você não sabia? – Mari fez bico, ri – Por que não tenta de novo?

- Você acha que eu sou dessas que corre atrás é? Eu não. Além do mais, ela ficou com você.

- Seria muita decadência pra Lésbica das Lésbicas pegar rebarba da "Juju" aqui, haha.

- Não é nem isso, ela tá grudadinha em você, não quero que fique assim comigo. Ainda tem essa história, da Paula.

- Você gosta dela?

- É claro que eu não a amo, mas não odeio como odeio algumas por aqui, incluindo a Isabela.

- Esquece a Isabela, foca na Paula. – sentamos na grama, afastadas de todo mundo. – Agora você vai me contar a situação toda.

- Bom, a gente tava de boa se pegando no carro, daí, começou a ficar quente, eu fechei os vidros e ela quebrou o beijo. E falou assim "olha, a gente não vai dar esse passo" e eu fiquei com uma cara tipo "então tchau, eu quero transar". Ela percebeu e disse "já que você quer tanto, eu preciso deixar claro que não vai ser como as meninas descartáveis que você pega, comigo vai ser diferente, se você me quer, assim será". Eu só não saí correndo do carro porque as portas estavam travadas, ela ia perceber.

- E você fez o que?

- Perguntei "e você, não quer?" daí ela fez uma cara meio "nem tente me enrolar" e falou "um dia você saberá."

- E depois?

- Nada, ela me deixou em casa. – oxe.

- Oxe, que nadaver.

- Pois é, mas foi o que aconteceu, agora tô meio que evitando ela, porque não sei o que dizer. Me diz o que eu faço, por favor Ju.

- Já disse, viada. – Mari revirou os olhos, eu sei, sou uma inútil. Bárbara passou, a chamei. Ela sentou ao meu lado. – Pronto, uma hétero, pede conselho à Babi. – eu "inventei" esse apelido pra ela, estranhando totalmente que ninguém a chamasse assim porque todas as Bárbaras são Babis, não é? Mas o que importa é que ela gostou do apelido.

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