Somos um bando de amantes amadores.

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Pov Júlia

- Vocês acham que vai dar certo? – tem que dar.

- Sim, eu acho, agora deixa de nervoso que eu preciso passar o som rapidinho. – diz a Yasmin, ajeitando o microfone preso na orelha.

- Deixa minha namorada passar o som, Júlia. – ih, que saco.

- Noiva.

- Deixa minha noiva passar o som, Júlia. Te amo amor. – Yasmin revira os olhos e ri. – E vai dar certo Ju, relaxa. A Babi vai te dar um encontro tão bom quanto o que você vai dar a ela. E o meu amorzinho vai ser parte importante disso. Eu esqueço, às vezes, de que ela é minha noiva. Mas ela gosta muito de ouvir. – suspira.

A Yasmin começa a cantar baixinho, no centro do palco. Pra logo ir aumentando o volume e a nota, enquanto a Marina olhava admirada como se nunca a tivesse visto fazer aquilo. Era realmente belo e impressionante, mas achei que ela já estivesse acostumada, sei lá.

- Sério, como é ser tão boba por alguém? – tive que perguntar.

- Para de me encher, eu nunca mais tinha visto a Yasmin fazer isso. Assistir a ela passando o som é tipo um show particular. É lindo.

- Você é a noiva dela, pode ter quantos shows particulares quiser! Em casa, na cama... – ela ri. – Eu pediria por shows particulares, estando no seu lugar.

- É, mas não é a mesma coisa. Aqui ela está trabalhando, e é lindo vê-la trabalhar no que ama.

- Não dá pra negar. – Marina me abraça pelos ombros. – Eu tô nervosa.

- Não tem como não ficar, né? Vamos andando, aí você se acalma.

- Podemos sair daqui?

- Pra caminhar lá fora não, por causa do pessoal que já chegou. O fã-clube da Yasmin, já tá todo mundo aí esperando os portões abrirem, debaixo do sol. Só faltam três horas, eles já devem estar aí desde cedo. Os seguranças preferem não permitir que a gente saia por lá.

- Ser um fã é muito complicado. – Mari concorda. – Acho que vou buscar a Babi.

- Ela deve estar relaxando, pensando na roupa que vai vestir pra ver o amor da vida dela só daqui a duas horas e meia. – ri. – Você vai ter que esperar duas horas e meia pra ir lá. Ninguém mandou marcar tarde com ela. – foi porque o combinado era o show e quem sabe fazer algo depois. Eu poderia ter marcado mais cedo porque sabia que ia ficar ansiosa assim, mas aí eu provavelmente ia dormir mal de ansiedade também. Preferi garantir a noite de sono.

- Mas tudo bem, vai dar tudo certo, preparei tudo e é hoje que a gente volta.

- Será?

- Me apoia, vadia!

- Hahahaha, tá bom, vai, é hoje.

- Eu tô bem, né? – refiro-me à minha aparência. Eu vestia uma saia longa com estampas coloridas e uma blusa preta que deixava minha barriga à mostra. – Sério, diz se eu tô bonitinha pelo menos.

- Tá linda, Ju. Parece uma passiva.

- Muito obrigada. – falei, rindo.

- O que você vai fazer pra ela?

- Como assim, o que eu vou fazer pra ela?

- Meu Deus, Júlia. Você não pensou em nada? Tipo, você sabe o que quer dizer pra ela, o que vai fazer e no momento certo?

- Achei que deixar rolar como sempre dava certo.

- Você não entende nada sobre ter um encontro. – isso era verdade, pra ser sincera. – Mas pelo menos você tá em vantagem. Caso o assunto acabe, tem a Yasmin. – ri.

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