Adaptação.

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Pov Bárbara

Pra chegar ao apartamento que eu iria dividir com o Nicholas, não tive maiores dificuldades, mesmo sem conhecer porra nenhuma da cidade. Descobri que ficava perto do campus porque passamos por ele no caminho, enorme inclusive. A proximidade me fez pensar que deveríamos ter vizinhos colegas, talvez até de sala. O prédio que batia com o endereço que eu tinha era de quinze andares e sem muita sofisticação. Eu que morei a vida inteira em casa, talvez fosse estranhar apenas o tamanho, porque o resto estava ótimo.

Encontrei minhas malas no aeroporto, elas estavam no porta-malas do táxi e eu me perguntei como ia subir tanta coisa. E puxar do portão ao elevador, que estava a uma pequena distância. Assim que cheguei à portaria, o porteiro pediu minha identificação.

- Ah, é a menina do 13A que falaram que estava chegando. – ele não devia ter muito mais que a minha idade, o que me surpreendeu bastante. Mas não falei nada.

- 13A?

- É, o seu apartamento.

- Ah sim, realmente. – lembro do endereço. Ele liberou minha entrada, voltei, paguei ao taxista e puxei a primeira mala.

- Quer ajuda aí?

- Adoraria. – ele sorriu pra mim e correu pra me ajudar. O garoto tinha porte atlético, me perguntei o que ele fazia na portaria de um prédio com essa cara de modelo e cabelo de cantor sertanejo. Carregou duas das minhas quatro malas e chamou o elevador. Eu puxei as outras até onde ele estava. – Obrigada pela gentileza.

- Imagina. Não precisa que eu suba, não é? – neguei com a cabeça, imagina se eu ia confiar no porteiro que ia largar a portaria pra ir até um dos apartamentos. – Que bom, porque o meu turno acaba em cinco minutos.

- Que horas são?

- São 18h25.

- Obrigada, de novo.

- Não tem de que. A propósito, sou o Marcelo. – ele estende a mão.

- Bárbara. – aperto a mão dele. O elevador chega e eu entro.

- Bem-vinda. – ele sorri antes das portas fecharem. Ele foi bastante simpático e isso me agradou, mas ainda me pergunto o que um garoto com cara de terceiro ano estava fazendo na portaria de um prédio.

Enfim, abri a porta e entrei colocando toda a minha tralha. O lugar parecia pequeno, mas sei lá, aconchegante. A gente entrava e dava de cara com a sala, à minha esquerda ficava a cozinha que era separada da sala por uma bancada meio longa e que tinha uns bancos junto a ela. Lembrava bancada de lanchonete. Pensar nisso me deu fome, ri sozinha. Na mesma linha da bancada tinha um corredor pequeno com uma porta no final, mais uma do lado direito, e uma abertura sem porta no início, uma pequena varanda com uma máquina de lavar roupas que me fez sorrir. Também tinha uma pia e um varal pequeno.

Achei interessante como tudo era de tamanho reduzido. Segui e abri a porta da direita. O quarto era relativamente grande, tinha uma cama de casal, um criado-mudo ao lado da cama e um guarda-roupa. Abri a porta do guarda-roupa e vi coisas de homem. Coisas do Nicholas. Era o quarto dele.

A outra porta deve ser o meu quarto. Abri e era o banheiro, também em tamanho reduzido, mas limpinho e tinha espaço suficiente pra acomodar eu e o Nick.

Gente, cadê meu quarto aqui?

Voltei pelo corredor e notei ao lado da estante da sala onde ficava a TV, tinha uma porta. Agora sim, meu quarto. Relaxei. Como combinado, era menor que o quarto do Nicholas. Tinha uma cômoda no lugar do guarda roupa, mas a cama era de casal também. Legal, vai ser o meu lugar. Fiquei feliz de não ver sujeira, nem mofo ou algo parecido. Arrastei minhas coisas até o quarto e voltei pra sala com o meu celular na mão, dando uma nova olhada em tudo.

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