Mine

Enfim, Júlia Becker está com Luana Sánchez.

Pov Júlia

Eu acordei agarrada à Bárbara. Mas consegui sair, mesmo achando que não tinha forças.
Acho que não queria desapegar dela, só que precisava.

O resto do meu dia eu gastei estudando, comendo e dormindo.

Era uma semana de provas, a próxima.

Ajudei a Babi a contar pro pessoal que ela ia viajar mesmo sem ter aceitado a notícia e estar meio mal por isso. A Marina fez bagunça quando soube, ela não gostou nadinha. Nem da notícia, nem do nosso término pacífico e mútuo (mesmo sabendo todos os motivos) e nem da Babi ter escondido essa história por tanto tempo.

- Não não e não gente, é Marina e Yasmin, Júlia e Babi, é pra ser assim! Não quero aceitar. – isso é a Marina em negação.

Mas pula essa parte, pula umas semanas.

Já estava ficando confirmada, apesar de ainda sofrer um pouco. Estrelar a peça da escola ao lado da Yasmin foi uma ótima distração, porque os ensaios eram uma loucura, mas ela fazia com que ficassem divertidos de algum jeito.

Gente, não sei se vocês sabem que a Yasmin canta muito (mesmo não pensando desse jeito, a voz dela é foda). E não é só isso, ela dança e atua bem também. Não é à toa que em uma festa fisgou a Marina pra sempre, mesmo pequena, às vezes não da pra tirar os olhos dela nos ensaios das coreografias que devemos dançar. Pois é.

Sim, eu tenho uma pequena crush na Yasmin. Se vocês conhecessem ela, entenderiam e também teriam. Porque ela não é bem só uma pessoa legal, ela tem uma alegria contagiante ou sei lá o que, e não sabe disso, mas atrai as pessoas. E aquele sorriso é destruidor.

Mas entre ela e a Mari, é tudo diferente, a atração das duas é quase magnética. Além de que quando estão juntas e não de melação, as duas parecem qualquer coisa, menos namoradas. Marismin é exemplo pra tudo quanto é casal por aí, e não é qualquer pessoa que entre ali no meio que vai conseguir separá-las. Shippo tanto essas duas.

Ah, vocês querem saber de mim e da Luana?

O que aconteceu foi que eu, por um momento, depois de terminar com a Babi, pensei que não deveria ficar com mais ninguém, sei lá, por respeito ou por ainda amar a Bárbara, mas não saber como voltar. Daí dei um perdido na Luana bem como ela fez comigo.
Mas fiquei com saudades. E voltei pra ela. O que nos traz à semana atual, um mês depois.

Mais um mês e alguns dias e a Babi vai embora...

Eu fui chamada pra um teste num time profissional de futebol. Como a que vos fala não faz muita ideia do que vai fazer da vida ainda, aceitei na mesma hora. Sobre nosso time, estávamos jogando muito bem, e as semifinais seriam amanhã.

Chamei a Lu pra dormir aqui em casa, mas sem saliências envolvidas. Luana gosta de fazer as coisas do jeitinho dela. Como eu, durante esse mês, não pude vê-la pessoalmente pela correria de provas, treinos e por simplesmente estar morta nos fins de semana, não avancei naqueles lábios ainda. De hoje não passa, não.

- E cadê sua mãe, Ju? – ela diz entrando. Já era noite, Lu foi tarde porque teve algo no colégio.

- Viajou a trabalho. – minha mãe virou sócia aí da empresa do namorado e agora quer abrir filial não sei onde. Mas viajou pra lá pra isso.

Seria bom se eles tivessem um filho pra cuidar dos negócios, porque já deixei bem claro que não sou desse ramo e não ia querer que a gente falisse e tal.

Vai que minha vida não da certo, sabe?

Pula isso.

- E você tá sozinha?