Pov Júlia
- Mas Júlia, eu ainda tenho trabalho...
- Por favor! Quebra essa pra mim, você finalizou aquela matéria grande essa semana! Vamos pro Brasil, por favor.
- Eu finalizei a matéria, me promovi, e por isso lá vem mais trabalho pra mim... Você não entende.
- Erick! Por favor.
- Eu não... Pera, é o meu chefe. – ele se interrompe. Ouço outra voz grossa ao fundo. – Ahn, no he dejado de producir, yo estaba... Estoy hablando com Júlia Becker. Somos amigos! – eu AMO o espanhol do Erick. Isso sim é um espanhol sexy. – Ju, ele não acredita em mim.
- Se eu falar com ele e te liberar, você vai pro Brasil comigo?
- Haha! Claro que vou.
Levei quase cinco minutos enrolando o chefe do Erick, mas foi até fácil. Não precisei apelar pra voz rouca. Tirei ele do trabalho às sete e meia, meia hora antes do expediente terminar, e não sei quando planejo devolvê-lo.
- Ok, me diz qual o seu feitiço. Como você conseguiu?
- Uma mágica não revela os seus segredos. – falei, rindo. – Passo no seu apartamento em uma hora, dá pra arrumar uma mala nesse tempo?
- Não! – pense num homem enjoado pra roupa, que pra sair (e pra comprar) veste várias vezes e depois reclama do resultado, ainda que esteja maravilhoso. Multiplique isso por dois e dá no Erick. É quase uma noiva toda vez que precisa sair.
- Se vira, beijo! – desliguei.
Dois motivos para levar o Erick: ele é meu melhor amigo e eu comprei uma passagem a mais sem querer.
Ok, não foi sem querer. Apesar daquela grossa, imatura e insensível ter me julgado mal, meu plano era viajar com ela e encurtar a viagem por causa dos seus jogos, que deviam começar antes dos meus. É, estou falando da Sánchez. Como vocês lembram, ela disse que não confiava em mim e ignorou meu pedido de desculpas só porque pedi que ela fosse compreensiva. Segue ignorando até agora, porque eu obviamente não mandei só uma mensagem e não liguei só uma vez.
Só que eu cansei.
Rápido demais? É, eu sou orgulhosa. Posso fazer nada. Se ela não quer entender, paciência.
45 minutos depois eu estava com meus óculos escuros, super disfarçada, passando pela portaria do prédio do Erick.
- Você disse uma hora. – ele me atende vestindo nada além de uma boxer rosa bem escuro, mas que não deixava de ser rosa. Era rosa. Ah se eu gostasse...
Aposto que tava provando várias calças e camisas pra decidir uma pra ir ao aeroporto, sem colocar nenhuma na mala.
- Eu sei que vou ter que arrumar sua mala. Gostoso. – ri, entrando. – Você é um boy magia, sabia?
- Acho melhor você parar por aí e não falar da minha cueca rosa.
- Tá bom, não falo. – entrei no quarto dele e lá havia uma bagunça dos infernos. Fui catando camisas e calças aleatórias e jogando sobre a mala aberta. Tinha uma calça vermelha no chão, peguei e qual não foi minha surpresa quando vi uma calcinha? – Erick, tem uma calcinha aqui no chão. – ele fica corado e bagunça o cabelo. O que meninos têm que bagunçam o cabelo? – Virou drag?
- Idiota. Tinha uma menina aqui ontem. Por favor, me joga uma calça.
- Ela saiu daqui sem calcinha? – ele deu de ombros, eu quase gritei.
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Mine
Romance"É porque eu já tive mulheres, digamos assim, isso parece idiota e clichê, mas com nenhuma delas foi como é com você. Estar apaixonada, pra mim, é novidade. Você diz que é minha, e que gosta de ser. Então, quer ser minha pra sempre? - mas o que? Que...