Pov Júlia
Estava no banheiro da escola, me olhando no espelho e me distraindo com meu cabelo, que parecia estar de bem comigo, como quase sempre.
Garotas entravam e saíam a todo momento, algumas me ignoravam, outras olhavam pra mim rapidamente, outras secavam a minha pessoa, provavelmente se perguntando por que eu estava sozinha na frente do espelho e não com uma das garotas da minha "panelinha" (Bárbara, Marina ou Yasmin).
Mas, graças a Deus, ninguém falou comigo.
E, na verdade, eu só tava ali esperando a Marina sair, mesmo.
Continuei a me olhar. Parecia tão linda, confiante e inabalável. Nem parece que tô com o cu na mão.
- Eu não sei há quanto tempo tô aqui em pé e você viajando na própria cara, Júlia. – noto a Marina atrás de mim, encostada como se tivesse ali há um tempão mesmo.
- Desculpa, tô avoada. Me abraça amiga. – virei-me pra ela e abri os braços. Ela me abraçou.
- Own, uma vadia triste. – ela fez um carinho nas minhas costas, de baixo pra cima, me confortando. O abraço da Marina é tudo às vezes. – O que houve? Notei você distante hoje. – e o melhor é que ela só me largava quando eu quisesse soltá-la. Não tem coisa pior do que estar no meio de um abraço bom e a pessoa tentar sair.
- O banheiro do colégio não é o melhor lugar pra compartilhar minha aflição. – falei baixinho.
- Vamos sair daqui, então. – ela diz, mas não se move, espera eu dar sinal de que quero separar o abraço. Separamos o abraço assim que me desvencilho do seu pescoço. – Que cara de derrota, não combina com Júlia II. – ela sorri.
- Pare sua linda, assim eu apaixono e você tem mulher. – abraço-a pela cintura e vamos saindo do banheiro.
- Como se você também não tivesse. Agora dá pra me contar? – depois de passar pela porta, ela me abraça pelos ombros e vamos andando assim no corredor. Já tinha acabado a última aula. No corredor é muito melhor pra compartilhar algo porque tá todo mundo falando alto e cuidando da própria vida.
- Dá. A Babi quer se assumir pro pai. – falo, simplesmente.
- Eita! E ela pediu pra você estar lá, ou coisa parecida?
- Não, eu gostaria de estar, mas acho que não vai dar. Eu só temo que ele queira separar a gente.
- Ela vai assumir de cara você também?
- Claro, a mãe dela já sabe.
- Então eu acho que vocês têm uma grande aliada. Não se preocupa Ju, isso faz mal.
- Falar é fácil, você tava com o rabinho entre as pernas pra conhecer seu sogro, morrendo de medo.
- Foi, admito, mas ele me mostrou que não precisava ter medo e que ele não ia me morder. Você não acha que o pai da Babi vai fazer alguma loucura, acha?
- Não, porque da primeira vez ele não foi rude comigo.
- Tá vendo? Você não tem o que temer, não temos ideia de qual será a reação dele, mas se vocês se amam mesmo, precisam enfrentar isso.
- É, você tem razão. – ela assente e sorri. – Por isso te amo.
- Tô aqui pra ajudar. – me beija no rosto.
- Amo quando você fica carinhosa, palmita.
- Não acostuma não, oxigenada. – bato nela pelo "oxigenada". Rimos, sem desgrudar. – Eu sinto quando você precisa de mim. E do meu carinho. – eu precisava mesmo dela.
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Mine
Romansa"É porque eu já tive mulheres, digamos assim, isso parece idiota e clichê, mas com nenhuma delas foi como é com você. Estar apaixonada, pra mim, é novidade. Você diz que é minha, e que gosta de ser. Então, quer ser minha pra sempre? - mas o que? Que...