Eu vou morrer?

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Pov Júlia

Com a certeza de que a Bárbara antes sabia onde estávamos, fiquei mais tranquila por dentro.

Ou talvez era só o sangue que perdi mais a fome que estava contribuindo em me deixar tonta. Além de que, acho que já caminhava pra quarta ou talvez quinta hora sem fazer xixi, o que era um tanto complicado. E olha que eu sempre me gabei de ser resistente quanto a isso.

Só não estava insuportável porque eu também não tinha bebido muita água.

Chamei o Tobias, claro que da minha boca saíram apenas murmúrios. Continuei murmurando até ele tirar o pano da minha boca.

- Eu ainda estou sangrando... – falei. A bala pegou de raspão, mas o ferimento não era nada pequeno.

- Merda! – ele diz ao olhar meu braço. Isso me assustou um pouco, não tinha sangue suficiente para uma reação dessas, senão eu já estaria morta. – É, tem um pouco de sangue aí. – ele diz, me tranquilizando um pouquinho.

- O que tá acontecendo aí atrás, Tobias? – o desgraçado dirigindo pergunta.

- Tem algo pra eu fazer um curativo na Júlia?

- Qual delas é Júlia?

- A loirinha que por acaso você quis estuprar, e agora está sangrando bem aqui.

- Não tenho nada, se vire.

- Merda... Tenho que fazer isso logo antes que você fique fraca. – ele sussurra mais pra si do que pra mim, logo seu rosto parece iluminar-se e ele arranca a camisa escura que vestia. Usa a mesma pra limpar o sangue e amarra-a sobre o ferimento, como garantia. Segurei os gemidos de dor quando ele pressionou levemente pra parar de sangrar.

Ele logo me amordaçou novamente.

- Eu espero que a sua namorada nos encontre. – diz pra mim. Assenti, não podia dizer nada mesmo. – Luana? Você está muito quietinha. – ela revirou os olhos e riu. – Sabe, eu consigo imaginar a gente saindo juntos, os três, conversando besteiras e rindo. Poderíamos ser amigos, não? Eu sou legal, não é? – assentimos para ambas as perguntas.

Claro que ele falava em tom muito baixo, por causa do Roger. O Tobias não era nada confiável para esses criminosos. Ele já estava fora disso, a cabeça dele não estava mais ali. Queria que pudéssemos ser amigos num futuro próximo.

- Vocês são demais, meninas. Uma pena que um passeio simples com vocês seria impossível. Seus fãs não nos deixariam em paz. – ri. Talvez nem fosse ser assim, só um pouco. – Está melhor, Júlia? – assenti. – Que bom. A sua cavalaria está a caminho. Acredita em mim. – eu acredito

Era um galpão, e batia com a descrição que a Babi me deu do galpão onde ela encontrou o Lucas. O Roger foi o que me pegou e me jogou no chão. Não machuquei nada mas lamentei, porque Tobias foi infinitamente mais delicado com Luana ao colocá-la encostada na mesma parede que eu estava, porém bem longe de mim. Eu estava ao lado de uma poça de sangue seco.

- Onde está o Hugo? – Luana diz, percebo que Roger havia saído e Tobias tinha soltado o pano na boca dela.

- Está vindo. – ele diz, afastando-se de Lu e vindo até mim. – Agora preciso que finja que está fraca. Porque vai ser mais difícil se controlar. O Hugo está com a Bárbara. – enlouqueço bem aí. – Ei ei, calma. Ele tá trazendo a Bárbara, e se ele conseguir, sem impedimento algum, aí sim temos um problema. Eu não sei o que vai acontecer agora, mas espero que nada de ruim. Estou com você. – surpreendendo-me, ele beija minha testa antes de soltar o pano. – Promete que vai fazer o que pedi?

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