São almas gêmeas, não têm pra onde correr.

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Pov Júlia

Bem, acho que quem está aqui veio saber de uma história, não é? Minha história de amor. Não é isso? Amor?

Eu contei pra vocês. Contei a história da minha vida, para assim vocês entenderem como e porque eu fiz as coisas que fiz. E, claro, o amor passou por ela assim como várias outras coisas.

Na minha vida, eu tive amor. A Marina me deu amor. Os meus pais me deram amor, meu pai enquanto pôde e a minha mãe ainda dá. A Bárbara me deu amor, e a Luana também. E por isso que eu não podia simplesmente dizer pra vocês que me apaixonei e namorei por oito meses e seis dias e aí, quase nove anos depois, reencontrei a mesma pessoa e os sentimentos nunca haviam me deixado. Daí simplesmente uma fatalidade dessas aconteceu comigo.

Fim.

Não, não podia fazer isso. Se eu me dispus a contar uma história, devo contá-la direito, e porque não foi só com a Bárbara que eu tive amor.

Há várias formas de amor. E a gente, enquanto ser humano, cheio de falhas, confunde-os o tempo inteiro.

Quantas vezes você achou que seus pais não te amavam quando eles não te deixavam fazer algo que você queria muito? Quantas vezes você confundiu o que sentia por alguém? E quantas vezes aconteceram de você simplesmente não saber o que sentia por alguém?

Minhas respostas são: várias, várias e apenas uma.

Eu simplesmente não sabia descrever o que eu sentia quando estava com a Bárbara, enquanto adolescente. Quando estava com ela, queria nunca mais ter que deixá-la. Quando não estava, queria muito saber quando nos veríamos de novo. Eu não atentei para o fato de que ela tinha um namorado. De que ela era hétero. De que ela tinha medo. Passei por cima de tudo isso, e graças a Deus que eu fui tão insistente. Queria que ela soubesse cada detalhe do meu dia, da minha vida e do meu ser.

Que bom que ela gostou do que viu.

E, graças a mim por ter se apaixonado por um geniozinho, muitos desses detalhes ela descobriu sozinha. Ela sabe que eu só escovo o cabelo com um tipo de escova. Ela sabe que eu tenho o meu copo na minha casa desde os meus 7 anos ou antes, e ninguém pode encostar no meu copo. Ela sabe que eu prefiro sexo oral a qualquer outra coisa na cama. Ela sabe que eu posso ter provado diversas comidas muito diferentes e de nome difícil, mas não dispensaria bife com fritas por nenhuma delas. Ela sabe a hora que eu nasci, porque no meu aniversário eu sempre paro nesse horário, na madrugada, pra refletir sobre a minha vida e agradecer por mais um ano. Sabe que número eu visto e calço. Sabe me ler como ninguém e sabe quando eu estou feliz ou triste, insatisfeita ou relaxada, incomodada ou excitada.

Falei várias coisas que ela sabe. E nenhuma delas fui eu quem contei pra ela.

Por isso, eu não podia contar a história sem ela. Sem ela, vocês não teriam entendido os meus passos, nem os dela. Tenho certeza que Babi explicou todos, e só por ela vocês ainda me aguentam. Tenho absoluta certeza.

Eu sou obcecada por Bárbara Monteiro. Louca, de fazer o que ela quiser que eu faça. De morrer por ela. Porque ela é a mulher da minha vida.

Posso ter feito muita besteira e vacilado muito, deixado ela ir, escapar, e sair mais uma vez sem ter feito nada, mas eu juro, se alguém, alguém me segurasse pelos ombros e dissesse: "Idiota! Não vê que a ama mais que tudo? Não vê que isso é amor?" Eu não deixaria isso acontecer.

Se você não sabe o que é amor, é isso! É sentir que a pessoa ainda é tudo o que você precisa mesmo que ela esteja errando. Mesmo que ela não esteja te compreendendo naquela hora. Eu era a que não estava compreendendo, naquela época.

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