Sim, senhora.

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Pov Júlia

Abri levemente os olhos e estava na sala, ok. Rapidamente distingui a voz da Marina.

- Vei, acho que foi a Ju. – ela disse enquanto eu virava no chão. Nem bem acordei já sou culpada de alguma coisa, que porra.

E por que eu tô no chão? Aff.

- Acha que foi eu o que? – levei a mão ao rosto pra coçar meus olhos, mas parei ao notar as mãos meio meladas. Não, isso não pode ser bom. – Que porra é essa aqui na minha mão?

- Porra. – diz a palmita, simples.

- Hã? – não sei por qual motivo, resolvi provar. Discretamente, passei o dedo melado na língua. Me arrependi no segundo seguinte, que otária eu fui, não se prova líquidos desconhecidos e isso a gente aprende quando é criança. – Eca, mas que inferno, o que é isso?

- Já falei, porra. Igor tava doidão ontem, ele me disse que era sonâmbulo, sonhou que batia uma e provavelmente gozou em alguém na sala. – um nojo fora do comum e uma vontade de matar o Igor nasceram em mim. – Eu só tava tentando descobrir quem foi.

Bem, o nojo ganhou. Teria vomitado se no meu estômago tivesse algo além de nada.

- Isso é porra? – perguntei só pra ter certeza. Aquilo estava por todo o meu rosto, caralho!

- Não foi por querer Ju, eu juro. – o imbecil fala. Eu queria mata-lo, mas por constatar que aquilo em mim era esperma eu surtei em gritinhos agudos e histéricos. Não me orgulho de não ter sido macho o suficiente pra mandar o Igor se foder e ir tomar banho normalmente. Mas eu não consigo ser assim, tenho nojinho mesmo, assumo.

Fiquem com meu surto:

- Ecaaaaaaa, tira isso de mim, que nojo, que nojo, tira! – foi ridículo, eu comecei a andar pra lá e pra cá na sala sem saber direito o que fazer, ninguém ia tirar a porra de mim, obviamente eu ia ter que tomar banho. Subi as escadas, mas parei antes da metade, olhando pros dois merdas rindo do meu desespero. – Depois que eu tomar 25 banhos pra me sentir limpa, volto pra matar vocês bem devagar. – a Marina ainda vem pra perto rachando o bico.

- Eu não fiz nada, foi o Igor que esporrou em você. – nãaaaaaao, que frase horrível que coisa horrível eca eca eca

- Nunca. Mais. Repita. Isso. – disse com o dedo na cara dela e subi as escadas quase correndo em seguida pro banheiro em meu quarto, resmungando o quanto de nojo eu sentia mais o monte de palavras feias que eu conhecia.

Bati a porta do quarto com força e entrei na ducha sem nem tirar as roupas.

- Porra, tá gelada. – reclamo, sentindo arrepios fortes a cada parte do corpo molhada. Mas estava sendo refrescante, e vai saber se não tinham resquícios de líquidos masculinos e/ou espermatozoides nas minhas roupas também. Lavei minhas mãos e meu rosto feito uma louca até ouvir a voz do Igor na porta do banheiro.

- Júlia? – ele não entra, por achar que eu estava pelada. Ainda não estava.

- Que foi, porra? – respondi, profundamente irritada, claro. – Olha, chega de porra por hoje. Que foi, cacete? – ouço ele rir. Maldito. – Fala logo o que você quer, antes que eu mande você voltar pra casa mais cedo. – passo o sabonete com uma força desnecessária no corpo, onde achava que estava sujo enquanto espero ele responder.

- Não me mandaria pra casa. Você me achou legal e precisam da minha Kombi pra voltar. – filho da mãe.

- Não te acho mais legal. Gente legal não bate punheta quando está chapado. E pior, goza nos amigos. E pior, goza em mim! Que nojo, argh! – sinto meu corpo coçar e arrepiar-se, sinto vontade de não estar mais nele, eu não merecia isso, por Deus, que sensação horrível. Que situação horrível.

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