Pode ir contando 30 dias no calendário.

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Pov Júlia

O dia tava completamente sem graça até a diretora passar lá na sala. Vai ter campeonato de futsal, uhu! Júlia II vai arrasar, escrevam.

Além disso, eu não tenho muitas novidades, só que... A Marina e a Yasmin, que tinha viajado, tiveram uma briga por causa da Paula e eu aqui tive que socorrer a minha melhor amiga, que além de quebrar o celular, quebrou o coraçãozinho também. Mas já ficou tudo bem e já tem celular novo. Quando a Yasmin voltou, ia ter noite das garotas, mas as duas foram transar lá na casa da Yasmin e, no quarto 2 do apê da Marina, a Babi me fez passiva.

Pois é, virei passiva pra ela. Uma pequena daquelas me dominou.

Mas vou te dizer: foi gostoso pra caralho. De tanto acostumar, a gente esquece de que ser passiva tem suas vantagens. Bárbara me fez passiva e ainda escandalosa, olha que maravilha.

Enfim, intimidades à parte, faz uma semana disso. Quero de novo já, cof cof.

Finalmente o intervalo.

- Amor, eu tô sem dinheiro... – falo, tirando sua atenção do celular.

- E?

- Paga meu lanche hoje? – ela me olha desconfiada, mas assente. Essa hora eu fico morta de fome, ela sabe. No terceiro horário eu mal presto atenção, só sei balbuciar "quanto tempo falta pro intervalo" e "tô com fome".

- Claro que pago. Mas me explica como você tá sem dinheiro se você é rica.

- Eu não sou rica. Só tenho um pouco de dinheiro a mais que a classe média alta.

- Então, rica. Por que tá sem dinheiro?

- Isso pode parecer a desculpa mais pobre do mundo, mas eu esqueci a carteira em casa.

- Sua carteira inseparável e surrada?

- Não, por incrível que pareça, comprei uma nova. E aí esqueci.

- Toma dez reais. – Babi ostentação.

- Mas...

- Você quer que eu pegue a fila da cantina também? Fala sério, vida.

- Vai pegar a fila sim, bora. – praticamente arrastei a mesma que só queria ficar sentada ouvindo música ou fazendo sei lá mais o que no celular.

Quase dez minutos depois, eu estava feliz comendo pizza e nós estávamos indo sentar com Marismin, que nos chamou.

Papo vai, papo vem, conversei com a Mari sobre o campeonato de futsal pra forçar a bicha a participar comigo, mas ela já queria e ia de livre e espontânea vontade, o que me agradou pacas.

E me poupou trabalho, lógico.

Amo aquela vadia, e vamos ganhar aquela merda.

No intervalo, ainda deu tempo de ver a Laura de namorada nova. Esse colégio é uma parada gay mesmo. A namorada dela é uma loirinha muito da gatinha. Com uma carinha de gringa.

Quer dizer, deve ser namorada, nem sei.

Tive mais quatro aulas naquele dia. Ando me dando bem com os assuntos, o que tá me deixando feliz. Mas já sei que, qualquer dificuldade, eu tenho uma namorada que gosta de estudar e é uma professora razoável. Posso pedir ajuda de boa.

Como de costume, levei-a em casa, ela estava sozinha e me pediu pra fazer companhia até umas três da tarde, que era a hora pra ela estudar. Eu falei que poderia ficar e estudar com ela, sim, me convidei.

Ela disse que eu sou uma distração e que eu faria seus estudos não serem produtivos. Mesmo eu prometendo que ficaria quieta, ela não deixou. Não insisti muito, pois sabia que ela estava naqueles dias e isso causa mudanças de humor. Fiz de tudo pra não abusar.

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