Você precisa implicar comigo até agora?

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Pov Bárbara

Sábado.

Eu tinha que trabalhar, mas hoje eu talvez me desse o luxo de atrasar, estava de moleza. Mas estava bem cedo, eu poderia ficar de moleza até a hora de sair.

Liguei a TV e sentei na minha poltrona com uma xícara de café bem quentinha. Fazia um friozinho gostoso, e eu estava com fome, mas não estava acordada o suficiente, então fiquei no café, só por enquanto. Deixei em algum canal de séries e prestei atenção ao episódio que acabara de começar. Nada me incomodava, exceto uma leve coceira nos olhos. Mas nada que umas gotas de colírio e meus óculos não resolvessem.

Eu me sentia leve, bem e um pouco preguiçosa.

A porta do meu quarto se abre, por ela sai o responsável por essa leveza e moleza toda.

- Caiu da cama? – ri. – Tá se sentindo bem?

- Não sei por que levantei tão cedo, mas sim, estou bem.

- Fome?

- Sempre.

- Posso fazer café da manhã pra você? – diz, indo até a cozinha. Levanto também, agradecendo por não ter que preparar o café da manhã.

- E pra você?

- Pra mim também, claro. Só queria saber se não era ultrapassar algum limite seu. – venenoso!

- Não me faça soar como uma chata, William. E eu adoro você de manhã. – sorri, mordendo o lábio inferior. Ele se aproxima, ficando de braços cruzados à minha frente.

- Ah é? – sorri de lado. – E por quê?

- Porque você é prestativo, disposto e bem-humorado. E porque sua voz de sono é tão maravilhosa quanto a visão de você andando seminu pela casa. – passo a mão pelo seu rosto, depois seguro seu queixo com certa força. – Eu adoro. – selo nossos lábios.

- E eu adoro quando você usa essas camisetas enormes. Principalmente quando sei que não tem nada por baixo. – meu queixo cai, mas estou rindo.

- Vai botar meu café! – empurro ele, com tapinhas na bunda. – Some da minha frente com essa bunda gostosa.

- Você não gosta de transar de manhã? – ele pergunta, abrindo os armários mais altos, depois que eu sento na bancada. Dou de ombros.

- Não sei, eu não quero gastar essa energia agora, tenho que trabalhar daqui a pouco. E você, mocinho, está muito assanhado esses dias.

- Foi você quem começou com essa história de fazer sexo.

Se me permitem explicar, eu vou esclarecer isso.

Depois de "comemorar" um ano de seca, e depois da conversa aparentemente decisiva com a Júlia, eu decidi que não podia mais. E quis alguém pra transar.

Daí resolvi que daria um jeito nisso na sexta seguinte, no encontro do pessoal do trabalho. Não com nenhuma das pessoas do trabalho, por isso resolvi mudar o local e fomos pra outro, com música, mais gente e tal. O cenário era perfeito.

Mas aí, eu bebi.

E depois de dar abertura pra um total desconhecido, lá na mesa do pessoal do trabalho, notei que Will desaprovava a atitude dele, de mexer comigo. E isso acabou intimidando o tal rapaz, mas não liguei porque ele o que ele falava não era interessante.

Só que resolvi falar com William sobre as encaradas que ele estava dando no cara. Duas pessoas na mesa ficaram surpresas por descobrirem que eu e o Will não éramos um casal. William me tirou da mesa e quis falar em particular, questionou o que acontecia comigo, porque eu não era daquele jeito (o jeito que dá aberturas pra homens desconhecidos e não interessantes, ele parou em "homens"), aí eu tive que responder. A bebida falou por mim, e disse que eu precisava foder.

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