No fim do dia estaremos juntas, Júlia.

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Pov Júlia

- Ainda vai morrer? – Luana sorri, divertida e acaricia meu rosto. Acabei rindo também.

- Nunca fiquei tão feliz em comer pão e beber água. – era verdade. A Lu também tinha limpado o sangue seco dos arranhões no meu corpo. Aquilo estava feio. Também, eu caí no asfalto.

- E nem eu tão feliz em cuidar de uma pessoa. Bem, eu cuidei do Lucas quando o tirei daqui, ele estava infinitamente pior, mas descobri que detesto fazer isso. Mesmo ficando feliz com sua melhora.

- Por isso que nunca falou em casamento... – brinquei, ela riu.

- É, eu seria um esposa ruim. Mas vê se você ia casar comigo, Júlia Becker.

- Nosso casamento tá em tanta fanfic por aí, Luana. – ela gargalha e concorda. – O povo é louco, escreve histórias com nossas vidas. Imagina só se eu fosse viver dentro de uma fanfic. Só ia acontecer loucura na minha vida. – ou será que eu teria pelo menos um relacionamento tranquilo? Já seria melhor.

- Como se isso aqui agora fosse super normal e acontecesse sempre. – ri. – Se bem que comigo já aconteceu duas vezes...

- Nas fics eu devo chegar e salvar você. – ela nega com a cabeça.

- Eu sou a que salvo você. Você tem mais cara de donzela que precisa ser salva. – pior que não posso nem discordar.

- E você é o príncipe num cavalo branco?

- Com certeza. E salvo a princesa do reino de Lesbos. – gargalhei, ne mim lembrava mais disso. – Aí casamos.

- Aí casamos.

- Ok, chega. Você ama a Bárbara.

- Amo. Amo também sua atitude de tentar me distrair e se distrair, mas tô muito preocupada com ela. Com o que Hugo vai fazer.

- Você é quem está presa e está preocupada. Agora imagina a Babi lá, sem notícias suas há horas. Ela é brilhante no que faz, não me surpreenderia se daqui a pouco ela arrombasse essa porta segurando a cabeça do Hugo debaixo do braço e a chave das suas algemas na mão. – ela diz, rindo. Sorri.

- Sinceramente, isso seria demais. – um silêncio se faz, e no meio dele Luana suspira, parecendo chateada.

- Eu deveria ter transado ontem. O Hugo é tão filho da puta, nossa, que merda.

- Com a Aline?

- É, eu só precisava conversar com ela, ia rolar. Talvez, ainda estaríamos na cama agora, se eu não estivesse aqui.

- Acho que não, ela trabalha hoje. Essas agentes são grudadas com o trabalho.

- A Bárbara faltou uma manhã de trabalho porque estava transando com você. – não estávamos transando, mas tudo bem.

- Eu no lugar dela teria dito que estava doente. Pra passar um dia completamente sossegada, sem nenhuma preocupação. Ela quis voltar correndo, e estávamos a três horas do lugar que ela precisava estar.

- Se ela não fosse tão ligada com o trabalho, você não estaria aqui.

- Mas você sim, e eu estaria apreensiva do lado de lá. Não sei o que é pior, porque aqui eu sinto dor física e só me resta esperar por alguém que me tire daqui. A parte boa é que agora eu tenho você pra me distrair. Lá eu ficaria me sentindo impotente, porque você estaria aqui, e eu não poderia fazer nada.

- Você entregaria nas mãos da Bárbara. – assenti. – Se só você estivesse aqui, eu salvaria você junto com a Bárbara. Ela provavelmente diria que eu não participasse, mas eu viria mesmo assim. Ela deve estar feito uma louca, muito preocupada com você e sua saúde. Por isso eu cuidei de você.

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