That's all. Mentira.

2.1K 82 6
                                    

Pov Bárbara

No trabalho, com meu café preto e amargo como a vida é quando você namora alguém que mora mais perto do Papai Noel do que daqui, eu estava com mais um caso de homicídio que tem tudo pra ser passional.

- Saudades descobrir informantes. – falando sozinha, ok, eu estava na minha sala. E o café estava muito bom, na verdade. Só falei aquilo por saudades da Júlia.

Passou meu aniversário e um mês depois, ainda não vi a Júlia.

Nada aconteceu nesse meio tempo tirando eu ter dado uma chance ao meu pai pra ele se aproximar. Só que ele direto já quer saber da Sabrina e de como eu voltei com a Júlia, tá um pouco difícil, mas aos poucos estou cedendo, eu acho. Já sei que ele tem outra família, casou com uma mulher mais nova que a minha mãe, e essa tinha um filho de dez anos, Marcelo, que me adorou. E achou o máximo que eu fosse uma policial. Muito fofo.

Quando saí, meu pai me perguntou se eu planejo ter filhos. Eu disse que sim, e ele me olhou tipo "certo, como?" e eu quase mandei-o pesquisar. Filhos. O que me faz voltar à Júlia.

Eu realmente estava muito chateada e com muita coisa reprimida em relação a ela (tesão, porque eu sempre a assistia nos jogos, nas entrevistas, enfim). Estava me estressando.

- Mozão! – e, nessa tarde de quarta, foi assim que a Paola entrou na minha sala.

- Se você me chamar disso mais uma vez eu jogo o café na sua cara. – mentira, não ia desperdiçar um café delicioso com isso.

- Alguém precisa transar aqui. – ela diz, cheia de sorrisos, entrando e fechando a porta.

- Alguém transou aqui.

- Não sei, mas acho que a Lu e a Aline já se pegaram aqui. – arregalei os olhos. – Antes da sala ser sua, claro. Imagina se eu ia deixar minha mulher se pegando com outra aqui. Isso ela pode fazer em casa. – acabei rindo.

- Eu não estou suportando seu bom humor.

- Então eu vou aí e vou te dar um beijo.

- Não se atreva. – ela veio mesmo assim e beijou minha bochecha. – Sai, Paola!

- Agora já era, vou dar vários. – encheu meu rosto de beijos até que eu começasse a rir. – Pronto, bem melhor.

- Você me sujou de batom, né?

- Até no queixo. – abri minha bolsa e peguei uns lenços pra dar um jeito na minha cara até ficar digna de sair e ir até o banheiro lavar. Paola rapidamente digita algo no celular e dá uma risadinha. – Imagina se a Júlia entra aqui e vê você cheia de batom assim. – do nada ela fala isso.

- Eu acabei de pensar nisso, mas lembrei que ela está bem em casa a essa hora.

- Já pensou se você fala isso e ela entra pela porta?

- Paola, para de sonhar.

- Foi mal, é que a Luana tava aqui ontem e...

- E vocês transaram até não poder mais, certo, não ligo. – ela riu.

- Eu ia dizer que ela ainda está aqui, com o irmão. E não fizemos só isso, a gente também conversou bastante. Nós nos damos bem pra caramba, não é só se ver e sexo. É assim com você e a Júlia?

- A gente consegue conversar por olhares, sempre acabamos transando logo quando nos encontramos. Depois a gente resolve as coisas e conversa. Acho que isso é normal, considerando o passado.

- Ah sim, com certeza. – meu celular apita em uma notificação.

- A Júlia postou uma foto. – sim, eu tenho as notificações ligadas. É a minha namorada, tenho que stalkear e saber de tudo sim, tipo fã. Eu sou fã da Júlia, também.

MineOnde histórias criam vida. Descubra agora