Pov Júlia
Como eu aguentei os 19 dias de greve? Fazia três coisas: não pensava no corpo da Babi, e quando pensava nele no sentido pervertido, trocava de pensamento para algo broxante se estivesse em público ou, se a coisa fosse crítica, dava um alívio à pequena Júlia.
Eu tinha esquecido de como eu me fazia gozar muito bem.
Era um esquecimento que apontava algo bom, né. Mas eu realmente tinha esquecido.
Enfim, depois do insucesso da greve, eu e a Babi melhoramos no quesito sexo. Não sei explicar, estava muito mais prazeroso e até divertido transar com ela. Certo que não tínhamos muito tempo livre, nem locais pra isso, mas quando dava, uma das duas dava, rs. Chegamos a um ponto em que não há uma passiva ou uma ativa definida, talvez seja isso que tenha feito a coisa ficar mais gostosa.
Não vou nem comentar nada sobre o vibrador que eu comprei.
O poder da piroca é forte.
Ela tentou passar tranca na periquita e trazer a greve de volta umas duas vezes, mas não aguentou.
O ruim da coisa é que a gente só cresceu nesse ponto. As diferenças entre nós começavam a surgir e atritos seguidos de mais atritos e briguinhas bobas, porém cansativas, também se fizeram presentes. Ela, ciumenta demais, e eu, largada demais pra me importar.
Na verdade eu me importo, é o meu jeito que dá a entender que não.
Mas eu me importo.
Ela diz que eu tenho esse jeito de solteira, que eu preciso mudar, eu contra-argumento que ela gostou de mim assim, não tenho necessidade de mudar só porque ela não quer mais que eu seja do meu jeito. Ela, em um desses momentos, já me perguntou o porquê de eu ter me comprometido se não ia agir como comprometida. Ora, eu não tinha deixado de amar, eu só me desgrudei um pouco, pela fase de início de namoro, que já tinha passado. Eu respondi perguntando o porquê dela ter aceitado se comprometer comigo, já que não gostava dessa minha atitude. Acabou aí.
A gente briga, muito. Mas se entende depois. E cada nova vez, parece que algo muda. Talvez o sentimento se renovando, ficando mais forte.
Ou não. Pode ser desgaste também. Bem, espero que não.
Mas eu tento colocar o amor na frente, e o bom é que ela também. Ela briga comigo, mas eu sou seu porto seguro, eu brigo com ela, mas se ela não tá comigo nada tem a mesma graça.
Beijei sua testa e a apertei mais no meu abraço. Ela estava de bico, por alguma besteira. Acho, que talvez foi porque eu fiz um mínimo comentário sobre o decote da blusa da professora de Física.
Desculpa, eu não me segurei. A Marina concordou e a Yasmin não ficou com raiva. Por que comigo tinha que ser diferente? Só porque eu sou mais gostosa? Direitos iguais, por favor.
- Eu te amo, vidoca.
- Eu te amo mais.
- Então me dá um sorriso, tira esse bico. – ela sorri e tudo dentro de mim parece sorrir também.
- Eu não tô mais de bico. Não dá pra segurar uma pirraça quando você fica fofa assim. – ela me dá um selinho.
- Achei que você não me beijava nos corredores da escola. – sim, estávamos na escola, hoje tinha jogo. Pois é, os meses voaram. Era o segundo jogo.
O primeiro, eu não curto falar sobre porque não fiz nada de produtivo, mas a gente ganhou. O nome do jogo foi a Marina: defendeu, atacou, participou do primeiro gol, fez o gol da virada, torceu o tornozelo.
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Mine
Romance"É porque eu já tive mulheres, digamos assim, isso parece idiota e clichê, mas com nenhuma delas foi como é com você. Estar apaixonada, pra mim, é novidade. Você diz que é minha, e que gosta de ser. Então, quer ser minha pra sempre? - mas o que? Que...