Meu santo não bate com o dele.

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Pov Bárbara

- Pra onde foi sua educação, Bárbara Monteiro? – levanto de um salto.

- Oh, me perdoe, senhorita. Seja muito bem-vinda e espero que a viagem tenha sido tranquila. – escorria sarcasmo pelos cantos da minha boca. Ela sorri de lado. Maldita.

- Senti falta disso. – acaricia meu rosto com as costas da mão, seguro o braço dela.

- Não me provoque. Agora que já fui educada, Paola, que porra veio fazer aqui? – a pergunta foi um reflexo, afinal eu sabia exatamente o que ela veio fazer aqui: bagunçar a minha vida e trabalhar nas horas vagas.

Perguntei por não saber o que falar.

- Como assim, o que vim fazer? Senti saudades, e vim trabalhar, também. Não sentiu minha falta? – neguei com a cabeça pra atitude dela e me afastei dois passos.

- Você é uma perseguidora. Agora é oficial.

- Eu só não desisto fácil do que eu quero. E, você sabe, sou uma pessoa ajuizada. Não tenho culpa se você... Mexe comigo e me tira do eixo. – ela me olha de baixo a cima e morde o lábio. Quase dei um chute nela por isso. – Já que não quer nem falar comigo direito, a gente pula pra próxima parte... A melhor parte.

- Ok, você quer parar? Eu namoro, agora.

- E por que não parece certa disso? Não vejo nenhum anel... Também não vejo ninguém. – arqueia a sobrancelha, e não tenho o que dizer. – Tá mentindo pra mim?

- Não, é só que... – me dei conta de que estava sendo ridícula – Paola, eu não te devo satisfações!

- Certo, mas você...

- Não fala mais besteira. Eu te devo uma carona até um hotel e é isso que vou fazer. – digo, já puxando a mala dela, que levava uma bolsa preta nas mãos, combinando com sua calça de couro. Tentei não reparar nas pernas. E nem lembrar do sexo.

- Você é café-com-leite aqui?

- Claro que não, idiota. – ela ri.

- É que te colocaram pra me esperar, isso é trabalho de iniciante.

- Foi um tipo de punição por eu não ter ido trabalhar de manhã.

- Dormindo tarde?

- Transando até tarde. – nem foi bem assim, mas eu estava tentando afastá-la.

- Com a tal pessoa que você tá namorando? – assenti e abri a porta do carro pra ela. Não deveria ter feito isso. – Ei, está agindo como minha subalterna. Depois não quer que eu fale sobre cumprir minhas ordens em outros campos.

- Cala a boca! – falei e ela entrou no carro.

- Vem calar. – diz, segurando a gola da minha blusa. Apoiei-me no carro pra não cair no colo dela. Porra de mulher insistente.

- Se você não me soltar agora, eu vou fazer você me soltar e fechar sua mão na porta. Quer ficar com os dedos quebrados?

- Tudo bem, agressiva, já te larguei. Aff. – fechei a porta e deixei ela resmungando enquanto fui guardar sua mala no fundo do carro. Logo estávamos saindo dali. Como eu já sabia onde ia deixa-la, fui dirigindo sem dizer mais nada. – Bárbara.

- Tira a mão da minha coxa. Eu estou dirigindo e você pode falar comigo sem me tocar.

- Tá. – tenho certeza que ela revirou os olhos. – Eu fiquei sabendo que você estava cheia de intimidades com a jogadora Júlia Becker, lá no show da Yasmin Almeida.

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