Pov Bárbara
- Bárbara. – paralisei. – Onde você estava até uma hora dessas? – vish.
- Boa noite, papai amado. – ele estava me esperando, esperando. Cara, eu tô fodida.
- Boa noite, Bárbara. Vou repetir a pergunta: onde você estava até uma hora dessas?
- Eu tava... No shopping, no cinema.
- Com o Jeferson?
- É. – virei pra subir antes que ele notasse minha "cara de quem estava mentindo".
- Mentira.
- O que? – nem virei.
- Olhe pra mim. – tive de obedecer, engoli seco seu semblante sério – Com quem você estava?
- Com a Júlia, minha amiga do colégio.
- Hm. Por que eu não conheço essa menina?
- A mãe conhece, por que ela não falou com o senhor que eu saí com ela?
- Esqueça sua mãe na situação. Você sabe que precisa da minha permissão pra sair.
- Pai, eu tenho 16 anos.
- Exatamente, uma menina ainda, precisa da minha orientação. – ele olhou rapidamente para a própria mão e voltou a me olhar – Você está de castigo.
- Sério isso? Que saco.
- Com quem você está aprendendo esses palavreados de vagabundo?
- Pai, é só uma gíria, nada demais. Não vai sujar minha redação do vestibular. – falei, irritada.
- Baixe o tom, eu sou seu pai e você me deve respeito. E eu sei que começa desse jeito, daqui a pouco você já vai querer piercing, alargador, tatuagem.
- Quer a verdade? Sou louca pra furar o nariz. – cruzei os braços. Fui ousada, mas não queria só isso, eu furaria também a cartilagem da orelha, e o mamilo. É gente, eu colocaria um piercing no mamilo se tivesse chance. Assim que meu pai vacilar.
Aquilo era um absurdo, e me dava tanta raiva, que às vezes eu queria me encher de tatuagens só pra sacanear. Mas não dá, aí ele arrancaria minha pele. Eu teria que viver sem pele.
Claro que eu não vou fazer isso. Ele é um grosso, só pra vocês terem uma ideia, foi uma briga aqui dentro de casa quando eu simplesmente comecei a fazer e pintar as minhas unhas.
- Você nunca mais vai repetir uma insanidade dessas na minha casa! Suba já para o seu quarto!
- Ok, boa noite. – quando eu estava na metade da escada, ele me chamou novamente. – Sim senhor.
- Ligue para o pivete do seu namorado que ele está perturbando meu juízo desde cedo atrás de você. E eu permiti que vocês fossem a tal festa.
- Festa? – eu não estava sabendo de festa, o Jeferson pediu permissão ao meu pai antes de saber se eu gostaria de ir? Odeio isso.
- Sim.
- E o senhor deixou? Eu não estou de castigo?
- Deixei, por ora. Mas faça por merecer ir, e ai de você se chegar bêbada ou se suas notas vierem baixas no final do trimestre. Estou confiando em você, não me decepcione. Se algum dia você deixar de me orgulhar eu não sei o que vai ser de mim, princesinha.
Bipolaridade, não? Meu pai é assim, mas no fundo eu sei que é um pai coruja que ama sua filha. Sufoca, enche o saco e tal, mas ama.
- Vem aqui dar um abraço no seu pai. – fui e sentei no colo dele de lado, ele me abraçou. Ouvi passos na escada, era minha mãe.

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Mine
Romance"É porque eu já tive mulheres, digamos assim, isso parece idiota e clichê, mas com nenhuma delas foi como é com você. Estar apaixonada, pra mim, é novidade. Você diz que é minha, e que gosta de ser. Então, quer ser minha pra sempre? - mas o que? Que...